Tem coisa mais delícia que descobrir um lugar com boa comida, ambiente estiloso e uma história linda por trás? Fui conferir na semana de abertura uma padoca que fica em Botafogo e que vai dar o que falar. Só por essa entrada sem identificação, toda de pedra e pichada, a The Slow Bakery já merece o nosso respeito.
Situada na Rua São João Batista, a The Slow Bakery veio compôr o time de empreendimentos gastronômicos de jovens que querem fazer diferente transformando Botafogo, ou Botasoho, nesse bairro cool e moderninho.
Não é à toa que já na sua primeira semana estava súper movimentada: só no boca a boca conseguiu uma clientela cativa que comprava pelo site ou na feira carioca Junta Local. Inclusive, inspirada em sua origem como barraquinha da Junta, a padaria dedicou um cantinho à memória, formado por um armário de caixotes de feira e chamado de Entreposto.
Nesse local são expostos produtos de pequenos produtores, que, de quebra, costumam realizar alguns encontros com os clientes explicando seus processos e curiosidades. Para quem quer ver mais de perto, segue um close:
Deu para ver que o lugar aposta no look clean. E, quando você vai se aproximando da fábrica que fica ao fundo, o cheirinho de pão quentinho vai aumentando (momento saliva).
O Rafa, que aparece ali atrás, é o padeiro responsável por toda essa história. Ele e a Ludmila (brasiliense como eu) montaram essa padaria artesanal inspirados em um movimento de resgate de métodos originais que está rolando forte na Califórnia.
A Ludmila me explicou que o processo de produção pode chegar a 30 horas! E que há todo um estudo dos blends de farinha, fermento e grande enfoque na hidratação da massa. O bonito foi sentir que tudo aquilo é feito com muito carinho.
E, no meio desse mundo de pão, eu confesso que fiquei perdida. Meu pai deu a ideia de gênio: pedir um pão com manteiga (nesse caso o pão foi o Rio Sourdough). Posso contar para vocês que estava quentinho naquele ponto que manteiga derrete. Casca de verdade, mais grossa, e com o miolo bem aerado. Sem teorizar: tava bom! Reparem ao fundo o nosso café no aeropress dando um charme à foto.
Achei uma graça eles chamarem o macchiato de Manchadinho, afinal essa é uma padaria/café/fábrica brasileira! E, se você reparar, tudo tem um detalhe. Esse copinho pequeno lembra o de boteco!
Ah, para, né! Tem até água saborizada à vontade que você serve em uma garrafinha fofa.
Voltado à comida, para dar sustança fomos de tartines. Eu pedi a de guacamole desconstruída que tinha pedaços de abacate, cebola roxa, tomatinho cereja e umas “manhas” do chef Adriano Vellasco que já passou pelo Lima Restobar. Eu amei que a cebola roxa não estava ardida. Sou suspeita na hora de falar de abacate quando usado salgado, simplesmente piro. Curti que os elementos estavam em pedaços e dava para sentir o sabor de tudo com os temperos que não deixam você repetir a receita em casa.
Papai pediu o Tartine de tomate e queijo de cabra. O clássico “pão, tomate e queijo” ganhou o meu coração. Estava um pouquinho melhor que o meu, mas a minha paixão por tomate assado me entrega. Estrelinhas para os nossos tartines.
Enquanto meu pai estudava as sobremesas, fui visitar a fábrica que fica ao fundo. Detalhe que tive que colocar aquela touquinha bela que protege os alimentos.
Conversando mais com a Ludmila, fiquei sabendo que o casal tinha a grana inicial para investir só na fábrica. O dinheiro para construir o café veio de um financiamento coletivo. E com muita emoção me contou que, na semana de abertura, muitas das pessoas que participaram do crowdfunding se identificaram durante a visita dizendo que estavam achando o lugar lindo e que se sentiam parte do que estava acontecendo ali.
Ainda na dúvida da sobremesa. Ganhamos uma míni amostra do fudge de chocolate.
Não tinha para onde escapar. Pedimos um pedaço para dividirmos com parcimônia. A calda valeu cada mordida.
Pedimos o último cafezinho e, para a viagem, uma focaccia linda e um sourdough de parmesão da mantiqueira. Olha que coisa fofa a embalagem:
Partimos com felicidade no rosto e emoção no coração. Contando com os pães levados para casa, provamos um pouco de tudo e a conta deu 56 reais por pessoa. Que Botafogo inspire mais casais empreendedores como o Rafa e a Ludmila a abrir cafés, padarias e fábricas tão legais! Que a The Slow Bakery tenha chegado para ficar.
The Slow Bakery
Rua São João Batista, 93 – Botafogo
Rio de Janeiro/RJ
Fone: (21) 3563-8638
www.theslowbakery.com.br
* Conteúdo produzido por Babi Libânio