Para mim, uma experiência gastronômica só é completa se desperta algo além. Por isso, mesmo os lugares mais simples podem provocar emoções muito bacanas. Assim, um lugar que pode ser completamente sem graça para uns se transforma em algo especial para outro. Pois todas as experiências que retrato aqui são assim: especiais pra mim. Não foi diferente desta vez, no Steinhaus, restaurante que frequento desde criança mas que há muito tempo não retornava.
Era um sábado à noite em que estávamos comemorando o aniversário de 70 anos do meu pai. Havíamos reservado mesa para cinco - reservar é sempre bom, porque o Steinhaus é um restaurante pequeno que, aos fins de semana, costuma lotar. E as memórias foram despertadas logo de cara, quando o Saul, garçom que eu conheço há pelo menos 25 anos, nos recebeu. Sabe sensação de se estar em casa? Foi assim que me senti. Sentamos, então, em uma mesa súper confortável no fundo do restaurante, com visão para todos os lugares.
Todos os que chegam ao Steinhaus pela primeira vez são surpreendidos pelo couvert. O que já o conhecem chegam lá ansiosos. Este é o meu caso. Para que vocês entendam do que estou falando, reparem na foto geral.
Traduzindo, o couvert é composto, de cara, por uma taça (sim, uma taça) com verduras e legumes cortados na longitudinal - come-se com as mãos mesmo, pincelando um pouco de sal ou um pouco do molho de cenoura que é servido junto aos pães.
Além do delicioso e apimentado molho frio de cenoura, é servido também o patê de fígado. Maravilhoso na mesma medida. E mais duas modalidades de manteiga.
A cesta de pães é o que une tudo o que está no couvert, das verduras aos pães.
Quase ia me esquecendo de um importante ingrediente do couvert: os ovos de codorna. Não sei se eles fazem a conserva por lá, mas desconfio que seja assim. Eles são diferentes, mais saborosos. Quem dera tivessem me deixando comer mais do que uma unidade.
Os pratos do Steinhaus servem duas pessoas, e os garçons explicam isso logo de cara. Então, pedimos dois, pois estávamos em quatro e ½ (pitoca de dois anos ainda não conta como pessoa que come como adulto, né?). O primeiro pedido também foi uma homenagem aos velhos tempos: o Rahmschnitzel, um filé à milanesa com nata acompanhado da melhor batata suíça que eu já comi na vida.
O segundo prato foi a Vitela à Forrastier, com molho de champignon, ervilha e cebola, acompanhado de, obviamente, batata suíça. Falando sério: se você chegar lá e pedir um prato que não tenha a magnífica batata como acompanhamento peça em separado. Você não vai se arrepender.
Para beber, pedimos um Chardonnay Casa Valduga, refrigerantes e água. Mas não fiz fotos porque estava muito emocionada naquele lugar que me lembra tanto a infância. Falando na minha fase criança, lembro que sempre pedia como sobremesa o sorvete de creme com calda de chocolate. Mas como agora tenho bem mais do que 18 anos, meu pedido foi o mesmo sorvete de creme mas com uma calda que só a minha mãe estava autorizada a escolher: de vinho.
Meu irmão e a Alice dividiram o sorvete clássico, com molho de chocolate.
Pedimos ainda cafés, que não foram fotografados, mas que serviram para brindarmos a vida e a felicidade de estarmos juntos e podermos relembrar nossas memórias. Ao me despedir do Saul, ele perguntou como estava a minha mãe. E eu tive vontade de abraçar o tempo que já passou.
Foram R$ 401 gastos em uma experiência que sempre vai me marcar.
Steinhaus Restaurante
Rua Paulino Teixeira, 425 – Bairro Rio Branco
Porto Alegre – RS
Fone: (51) 3330-8661
Aceita os cartões Visa e Master
* Conteúdo produzido por Tatiana Tavares