Para que a tradição e a qualidade das delícias da Capital do doce sejam mantidas, desde 2015, os quitutes bem-casado, quindim, ninho, camafeu, papo de anjo, olho de sogra, pastel de Santa Clara, panelinha de coco, trouxas de amêndoas, fatia de Braga, queijadinha, broinha de coco, beijinho de coco, amanteigado e cristalizados ganharam uma certificação que comprova a sua procedência.
Assim como toda região, Pelotas é uma cidade colonizada, predominantemente, por portugueses, mas outras nacionalidades também participaram da sua formação, como as africanas e europeias. Por isso, há uma influência muito forte de imigrantes de vários países nos doces pelotenses, já que eles se inspiravam em seus países para produzi-los.
Ao comemorar 30 anos, a Fenadoce se conecta à vida de pessoas de gerações diferentes, muitas delas dedicadas à produção dos doces tradicionais, que dão a verdadeira essência ao evento e fazem parte da história da cidade. As iguarias reconhecidas levam um selo em sua renda, que contém o número de série. Com ele, é possível rastrear a unidade e encontrar informações sobre conservação, data de validade e ingredientes utilizados na elaboração.
TOMBAMENTO DA TRADIÇÃO DOCEIRA
Em maio de 2018, a tradição doceira da cidade e da antiga Pelotas, região composta pelos municípios emancipados de Arroio do Padre, Capão do Leão, Morro Redondo e Turuçu, foi nomeada Patrimônio Cultural Imaterial Brasileiro pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan).
O reconhecimento não diz respeito a uma iguaria em específico, mas ao ato de fazer o doce. O processo, que levou mais de 10 anos para ser finalizado, também incluiu o tombamento de praças, parques e prédios históricos.
Essa foi a primeira vez que ocorreu um registro duplo por parte do Iphan. Dessa forma, o município passa a ter representatividade em órgãos internacionais e pode solicitar recursos de fora do país para investir na cultura e na tradição doceira.
DOCES CRISTALIZADOS
Os doces cristalizados, que são igualmente certificados desde 2015, ganham destaque pela sua importância na cultura doceira de Pelotas. Essas iguarias são produzidas artesanalmente a partir de frutas ou hortifrutigranjeiros, com açúcar, por meio da fervura e secagem, o que impede sua deterioração. Os mais conhecidos são feitos com abóbora, banana, goiaba, pêssego, laranja, figo, marmelada, origone ou passa de pêssego. Eles têm textura macia, com leve crocância na parte externa, e, se conservados em local seco e arejado, duram meses.