Se existe uma palavra que define a teledramaturgia de 2023 é REPRESENTATIVIDADE. As tramas brasileiras foram até notícia no jornal britânico The Guardian por terem protagonistas negros: Diogo Almeida em Amor Perfeito, Samuel de Assis e Sheron Menezzes em Vai na Fé e Bárbara Reis em Terra e Paixão. Foi algo inédito em mais de 70 anos de telenovelas no Brasil. O público se viu na telinha da TV Globo através de personagens fortes e potentes das três novelas no ar.
Falando em força, a história de uma mulher batalhadora, preta e da periferia, ganhou o coração do público este ano. Vai na Fé foi o grande fenômeno e fez da gaúcha Sheron Menezzes, intérprete de Sol, um dos grandes destaques de 2023. Também estreante em protagonismo, Samuel de Assis arrasou como o advogado Ben, formando pares igualmente adoráveis tanto com Sheron como com Carolina Dieckmann (Lumiar). Na mesma trama, destaco a novata Clara Moneke (Kate), a experiência de Elisa Lucinda (Marlene) e o adorável vilão de Emilio Dantas (Téo). Arrisco dizer que Vai na Fé é a melhor novela de Rosane Svartman (autora das ótimas Bom Sucesso e Totalmente Demais).
Menção honrosa para uma história simples, despretensiosa e ingênua. Amor Perfeito também apostou em um elenco de maioria negra, com destaque para o fofíssimo Levi Asaf (Marcelino). A trama foi uma opção deliciosa para os finais de tarde.
Terminamos o ano arrebatados por Terra e Paixão. Experiente, Walcyr Carrasco esquentou a novela nesta reta final com casamento, perseguição, mistério, assassinato e o tão esperado beijo entre Ramiro (Amaury Lorenzo) e Kelvin (Diego Martins).