Amor Perfeito chega ao fim deixando um legado de emoção, esperança e doçura. Foi impossível não se encantar com a história de Marcelino (Levi Asaf), um menino fofo e generoso, capaz de derreter até corações endurecidos como o de Gilda (Mariana Ximenes). Torcemos por Marê (Camila Queiroz), mocinha forte que não se curvou a obstáculos que apareceram pelo caminho. Enfrentou vilões de igual para igual, levantou a cada queda, brigou por seu amor e pelas coisas que acreditava. Não foi uma heroína de época qualquer, mas exemplo de coragem e resiliência. Camila brilhou em uma personagem difícil, afinal, mocinhas de época têm tudo para serem apáticas. Marê, no entanto, foi única.
Tramas paralelas
A trama das seis empolgou também com suas tramas paralelas: debateu temas fundamentais tanto para os anos 1940 como para a atualidade. Assim, a violência doméstica, submissão feminina, celibato, racismo sutil ou escancarado e bissexualidade foram alguns dos assuntos abordados com delicadeza e seriedade. Dilemas que sempre devem ser debatidos.
Como acontece com muitas novelas, Amor Perfeito não escapou da famosa “barriga” – momento em que a trama parece não sair do lugar. O jogo de gato e rato entre Marê e Gilda foi difícil de acompanhar. As duas se revezaram na presidência do Grande Hotel Budapeste, cada uma tentando puxar o tapete da outra. A ruiva má inventou planos mirabolantes demais contra a enteada, alguns difíceis de levar a sério. Ainda assim, Mariana entregou uma vilã odiosa e odiada, mas cheia de classe. Cheguei a torcer para que ela se redimisse no final, confesso.