A nova novela das sete tem tudo a ver com a expectativa de um ano recém-começado. Vai na Fé é o título da trama de Rosane Svartman, mas também pode ser um mantra para todos os que batalham no dia a dia para sustentar a família, alcançar seus objetivos e realizar sonhos que parecem inalcançáveis.
Se Cara e Coragem, que terminou há pouco, trazia heróis e heroínas que mais pareciam ter superpoderes na dura vida de dublês, a história que começa hoje apresenta uma heroína mais palpável, de fácil identificação.
Sol (Sheron Menezzes) é mãe, dona de casa, vende marmitas, acorda cedo, pega ônibus, enfrenta mil perrengues, porém, como seu nome já entrega, nasceu para brilhar. Com 20 anos de carreira, a porto-alegrense Sheron se emociona ao falar sobre sua primeira protagonista na TV.
— O nome da novela nos leva a pensar que estamos em um momento de voltar a ter fé, fé para acordar e tocar seu dia, trabalhar, voltar para casa, cada um na sua fé. E é muito gostoso ver a Sol, que, apesar dos problemas, levanta com sorriso no rosto — conta.
A rotina simples de Sol sofre uma reviravolta quando ela é convidada pelo amigo Vitinho (Luis Lobianco) a ser backing vocal e dançarina do popular cantor Lui Lorenzo (José Loreto).
A proposta vai ajudar a protagonista a pagar muitos boletos, mas acaba sendo uma chance de ela fazer o que mais ama desde a adolescência: dançar e cantar. Aliás, é por conhecer a desenvoltura da amiga desde os bailes funk da juventude que Vitinho não hesita em contratá-la. A música faz parte da essência de Sol, e Sheron garante ter isso em comum com a personagem. No entanto, mostrar todo esse balanço em cena não foi fácil para a atriz:
— Dançar e cantar são coisas que eu amo fazer, mas que morro de vergonha. Tenho me descoberto, tenho entendido que eu consigo fazer. Cada cena é passar por cima de algo que mexe comigo e que eu não fazia por medo e agora faço por trabalho. Tem sido muito gostoso.
No palco ou ao lado da van das quentinhas, Sol tem tudo para conquistar o coração do público. Sheron destaca que quem ligar a TV no início da noite irá se emocionar com a trajetória de uma mocinha “gente como a gente”:
— Ela trabalha, cozinha, pega ônibus, faz show, faz tudo como muitas mulheres fazem no seu dia a dia, e é muito importante as pessoas se identificarem de maneira positiva quando ligarem a televisão. É gostoso a gente se olhar, se identificar e ver que a gente tem que tocar a vida.
Amores
A estreia da novela marca também a de Samuel de Assis em novela, e logo de cara em um dos papéis principais. Na nova trama, ele será Benjamin, um advogado de sucesso, casado com Lumiar (Carolina Dieckmann). No passado, ele teve um romance com Sol, a quem reencontrará ao longo da história. Dividido entre duas atrizes lindas e talentosas, Samuel conta que não se intimidou ao contracenar com Carol e Sheron, pelo contrário:
— Foi uma preparação bonita com a Carol e com a Sheron. E você tem que se entregar de formas diferentes nessas relações. Coisa mais fácil do mundo é trabalhar com essas duas, duas deusas maravilhosas, parceironas, estou aprendendo muito e a gente se diverte demais. Isso que importa.
Samuel garante que mergulhou de cabeça na preparação jurídica para viver Ben:
— É um advogado muito bemsucedido, que está cansado dessa vida de defender bandidos, quer tirar um ano sabático, realizar o sonho que tinha desde a adolescência. A preparação foi linda.
Retorno
Parece que foi há um século que Carolina Dieckmann fez sua última novela na Globo, mas nem há um hiato tão grande entre O Sétimo Guardião (2019) e Vai na Fé. Carol tirou um período sabático, morou com a família em Miami, Estados Unidos, e nesse meio tempo, a pandemia foi adiando seu retorno ao Brasil – e às novelas.
Com as energias renovadas, a atriz está animada com esse retorno, e se diz encantada com sua personagem, Lumiar.
– O que me fez voltar foi a possibilidade de fazer um trabalho que me encantou – conta, ela que diz que foi um processo de reencontro com a profissão e de muito aprendizado:
– A novela apareceu pra mim como uma coisa muito certa. Eu não tenho muita familiaridade com essa coisa da advocacia, do vocabulário, estou estudando muito. O desafio está sendo passar confiança sobre um tema que, pra mim, é muito distante.
Para Carolina, distante também é o estilo de vida de Lumiar, que optou por não ter filhos. A advogada não se sente incompleta pela ausência da maternidade. Para Carol, que sempre sonhou em constituir família – é mãe de Davi, 23 anos, e José, 15 – foi difícil compreender as escolhas de Lumiar.
– A coisa de ela não querer é ser mãe, é uma coisa que eu sempre tive muita dificuldade de entender. Não de entender na teoria, mas de entender na prática, como é, o que sente uma mulher que não quer ser mãe, já que eu sempre senti a maternidade tão aflorada.
Palavra da autora
Criadora de Totalmente Demais e Bom Sucesso, novelas que conquistaram fãs em todo o país, Rosane Svartman promete mais uma história apaixonante, que deve mobilizar torcidas, provocar emoções, risadas e até criar algumas polêmicas. Afinal, é de tudo isso que se trata um bom folhetim.
— Vai na Fé fala de esperança e da fé de que as coisas vão melhorar, que tudo vai dar certo, que é possível se reinventar, acreditar, com o forte sentido de positividade. A obra fala de seguir em frente mesmo em meio às adversidades, acreditando num futuro possível, melhor — define a autora.