Elas são de épocas, culturas e até de países diferentes, mas têm muita coisa em comum. Além de serem frutos da mesma mente criativa, as heroínas das tramas de Gloria Perez parecem competir pelo posto de maior mártir da teledramaturgia. Sofrimento à parte, ao menos todas convergem para o mesmo destino: o merecido final feliz. Confira as principais mocinhas sofredoras das novelas da autora.
BRISA, TRAVESSIA (2022)
Tudo parecia perfeito na vida da mocinha da atual trama das nove. Mas desde a primeira semana de novela, Brisa (Lucy Alves) viu sua vida ser invadida por um verdadeiro furacão. De casamento marcado com Ari (Chay Suede), foi atrás do amado após um pressentimento.
No caminho, vítima de uma fake news, quase foi linchada. Após se esconder no carro de Oto (Romulo Estrela), Brisa foi vítima de mais um mal-entendido e ficou meses na cadeia. Agora, briga com o ex pela guarda do filho. São tantas confusões... Ufa!
MORENA, SALVE JORGE (2012)
Enganada, traficada, leiloada e quase prostituída: assim foi a nada mole vida de Morena (Nanda Costa), na trama de 2012.
No meio de toda essa confusão, a mocinha ainda teve muitas idas de vindas com Teo (Rodrigo Lombardi), precisou se esconder em uma caverna na Turquia e viu a amiga Jéssica (Carolina Dieckmann) ser assassinada. Mas nem só de lágrimas vivia Morena. Ela também revidou ao dar uma boa surra na vilã Wanda (Totia Meireles).
MAYA, CAMINHO DAS ÍNDIAS (2009)
A indiana Maya (Juliana Paes) trabalhava fora e tinha uma relação aberta e respeitosa com os pais, mas cometeu o pior erro de sua cultura: apaixonou-se por Bahuan (Marcio Garcia), um dalit, ou intocável, casta considerada inferior.
“Impura”, Maya teve que se casar com uma árvore, para só assim ficar “limpa” e poder se unir a Raj (Rodrigo Lombardi), a quem mal conhecia. E ainda precisou esconder que seu filho não era de Raj e, sim, de Bahuan.
SOL, AMÉRICA (2005)
O que você faria para realizar seu grande sonho? Para Sol (Deborah Secco), valia tudo para chegar aos Estados Unidos: abrir mão de um grande amor, atravessar o deserto, viajar escondida no porta-luvas de um veículo, passar frio e fome.
Já em solo norte-americano, a luta diária era para economizar alguns dólares e não ser deportada. Sol dançou no balcão de um bar, passou horas como uma estátua viva e até se casou com um homem desconhecido para obter o visto de residência. Por sorte, Ed (Caco Ciocler) era um cara legal e acabou se tornando o grande amor da protagonista. Quando tudo ia bem, Sol foi descoberta, presa e deportada de volta para o Brasil. E o pior: deixando o marido e o filho pequeno para trás. Foram muitas idas e vindas até o sonho americano deixar de ser um pesadelo.
JADE, O CLONE (2001)
“Arder no mármore do inferno” e “ser jogada ao vento” eram algumas das ameaças sofridas por Jade (Giovanna Antonelli) cada vez que tentava ir contra a cultura muçulmana.
Brasileira de nascimento, mas com família no Marrocos, a jovem derramou rios de lágrimas desde o primeiro capítulo, com a morte da mãe. Acolhida pelo tio, Ali (Stênio Garcia), Jade se casou com Said (Dalton Vigh), noivo escolhido pelo patriarca, sendo obrigada a deixar para trás seu verdadeiro amor, Lucas (Murilo Benício).
Anos depois, ao tomar coragem de abandonar o marido, foi afastada da filha, Khadija (Carla Diaz). Até o final da novela, a moça foi humilhada, rejeitada pela família, ameaçada, enfim, um calvário.
DARA, EXPLODE CORAÇÃO (1995)
Nascida em uma família cigana, Dara (Tereza Seiblitz) almejava bem mais do que a posição submissa reservada às mulheres de seu povo. Escondida dos pais, ela estudava para o vestibular e sonhava em ter uma vida independente, trabalhar e se casar com quem quisesse.
Mas o futuro da mocinha havia sido traçado logo após o nascimento, quando foi prometida a Igor (Ricardo Macchi), união selada pelas famílias. Determinada, Dara driblou o controle do pai severo como pode, e com a tecnologia como aliada, passou a se corresponder virtualmente com Júlio (Edson Celulari), que além de não ser cigano, ainda era casado com a controladora Vera (Maria Luísa Mendonça). Dividida entre as tradições e a modernidade, a protagonista teve que superar muitos obstáculos para ser feliz.
PALOMA, DE CORPO E ALMA (1992)
A vida amorosa de Paloma (Cristiana Oliveira) era complicada. Abandonou Tavinho (Hugo Gross) no altar para ficar com Juca (Victor Fasano), sua antiga paixão. A decepção foi grande quando descobriu que o amado trabalhava como stripper.
Nesse meio tempo, Paloma ainda precisou de um transplante de coração, e recebeu o órgão de Betina (Bruna Lombardi). Tempos depois, se apaixonou por Diogo (Tarcísio Meira), ex-amante de Betina. E assim, herdou o coração e os problemas da falecida.
CLARA, BARRIGA DE ALUGUEL (1990)
Em sua primeira novela como titular na Globo, Gloria Perez mostrou por que se consagraria como uma autora à frente de seu tempo. Barriga de Aluguel (1990) trazia a história de um casal que sonhava em ter filhos, mas precisou recorrer a métodos ainda pouco usuais para a época, já que Ana (Cassia Kis) não poderia gestar um bebê. Após uma inseminação artificial, o embrião foi inserido no útero da jovem Clara (Claudia Abreu), que não teria qualquer vínculo com a criança após o nascimento.
Ao longo da história, no entanto, Clara viu seu lado maternal aflorar, o que a levou a começar a refletir sobre o descumprimento do acordo. Um parto complicado deixou a moça incapaz de ser mãe novamente: assim, ela fugiu com o bebê, dando início a uma complexa e polêmica batalha judicial pelo menino recém-nascido. Não bastasse tudo isso, Clara ainda teve que lidar com o ciúme do ex-namorado, João (Humberto Martins), e mais adiante, um inesperado envolvimento com Zeca (Victor Fasano), marido de Ana. Agora aguenta, coração!