
Em entrevista ao jornal O Globo, a diretora de O Golpista do Tinder, Felicity Morris, criticou o sucesso que Simon Leviev tem feito após a estreia do documentário. Na produção da Netflix, o israelense é alvo de relatos de três mulheres que foram vítimas de um golpe após darem match com ele no aplicativo de relacionamentos.
Desde que se tornou mundialmente conhecido, Simon assinou um contrato com uma agente em Los Angeles para desenvolver um reality show de namoro e anunciou um podcast com dicas de relacionamento. Além disso, ele está investindo na venda de vídeos personalizados no Cameo.
— Que tipo de mensagem isso passa para as mulheres, para as vítimas? Um homem condenado, que já esteve preso duas vezes, está sendo representado por uma agente mulher em Los Angeles. Que mensagem isso passa para as pessoas?
Hoje em dia, Simon está livre e namorando uma modelo. Em suas redes sociais, ele ostenta uma vida de luxos.
— Nunca foi nossa intenção dar a Simon uma plataforma para contar mais mentiras. Ele foi preso por crimes que cometeu em Israel, mas nunca foi indiciado por nenhum dos fatos apontados pelas garotas. No momento, parece que Simon, mais uma vez, é uma pessoa com fundos ilimitados, o que é muito difícil de lidar para as mulheres do filmes — lamentou.
Outro ponto que decepcionou a diretora foi o que ela chamou de “repercussão misógina” ao documentário. Segundo ela, as mulheres que participaram da produção não estavam com Simon por interesse financeiro.
— Cecilie, por exemplo, passou a maior parte de seu tempo com ele em casa, assistindo TV, comendo pizza. Com exceção do primeiro encontro, ela nunca foi levada para restaurantes caros ou coisa do tipo — relatou a documentarista. — Uma coisa em que Simon era muito bom era em se passar por este namorado perfeito, este homem comprometido, gentil e que sabia tudo sobre a vida dessas mulheres.
Ela também respondeu às críticas de que as mulheres eram burras por cair no golpe:
— Temos que parar de culpar as vítimas. No fim das contas, tudo o que essas mulheres fizeram foi confiar em um homem altamente manipulador e bom no que faz — disse. — A ideia de que elas devem ser culpadas por confiar é uma retórica que realmente precisa acabar.
Recentemente, Simon concedeu uma entrevista ao programa Inside Edition em que negou ser um golpista. Ele garantiu que só estava no aplicativo para conhecer mulheres.
— Eles apresentam (O Golpista do Tinder) como um documentário; mas, na verdade, é como um filme completamente inventado — afirmou Leviev, em uma prévia do documentário. — Sou o maior cavalheiro do mundo.