O humor é um dos pontos fortes de Quanto Mais Vida, Melhor!, novela das 19h escrita por Mauro Wilson. Não à toa, foram escalados nomes que já tinham certa intimidade com o gênero cômico, como Evelyn Castro, impagável como Deusa, e Pedroca Monteiro, o divertido subdelegado Prado. Há ainda o feliz retorno à comédia de um ator que sabe fazer rir e chorar na mesma medida: Vladimir Brichta.
Na pele do jogador de futebol Neném, o ator se sente em casa. Vindo de dois papéis dramáticos, o Davi de Amor de Mãe (2019), e Remy em Segundo Sol (2018), Vlad volta às origens, já que se consagrou com tipos leves e divertidos no início da carreira.
Neném tem um pouco de Nélio, o caipira ingênuo – mas nem tanto – que o ator interpretou em Coração de Estudante (2002). Remete também ao malandro Armane, personagem que viveu por três anos na série Tapas & Beijos (2011 – 2015), mais pelo passado de sedutor do que pela pilantragem. Há muitas referências, sim, mas Neném é um tipo único e talvez o mais humano da carreira de Vladimir.
Merecedor
Dos quatro sobreviventes que encontraram a Morte (A Maia) lá no primeiro capítulo de Quanto Mais Vida, Melhor!, Neném é o que mais merece todas as chances que o destino lhe proporcionar. É leve, cativante, paizão, apegado à família e cheio de sonhos para o futuro. Na busca por uma borracha que apague seus erros do passado, é o que parece mais disposto a fazer tudo diferente.
Com a trama ainda no comecinho, é um personagem que tem várias camadas a mostrar para o público. Mas pelo que vi até agora, é o meu favorito.