A década é 1980. Fabietto Schisa (Filippo Scotti) é adolescente em Nápoles e só tem duas coisas em sua cabeça: as garotas e o futebol. Afinal, Diego Armando Maradona está defendendo o Napoli e garantirá dois campeonatos italianos para o clube, até então um dos pequenos em seu país, além de conquistar uma Copa do Mundo para a Argentina, após um famoso golpe de sorte ou malícia, em 1986.
É este o cenário que traça Paolo Sorrentino em A Mão de Deus (È Stata La Mano Di Dio), longa que estreia nesta quarta-feira (15) no catálogo da Netflix. Indicada nesta semana ao Globo de Ouro de melhor filme estrangeiro, a obra italiana marca o retorno do cineasta a sua cidade natal — que não era retratada por ele desde seu primeiro filme, Um Homem a Mais (2001).
Não é somente a Nápoles que Sorrentino está retornando, uma vez que o diretor reescreve sua própria biografia nesta película. Ela acaba funcionando, assim, também como um tributo aos seus pais, mortos em uma tragédia em 1987, quando ele tinha apenas 16 anos.
— Há muito, muito tempo que penso em fazer isso, mas sempre fui cético quanto à possibilidade de transformar a minha história em filme — contou o cineasta ao jornal britânico Independent.
Apenas depois de assistir ao elogiado Roma, de Alfonso Cuarón, baseado na infância do cineasta na Cidade do México, Sorrentino decidiu deixar seus receios de lado e produzir o longa-metragem autobiográfico.
— Percebi que um filme pessoal e privado pode contar uma história universal — avaliou.
Considerado por muitos o maior cineasta italiano em atividade, Paolo Sorrentino acumulou prêmios e honrarias em suas duas décadas atrás das câmeras. Seu trabalho mais conhecido é o drama A Grande Beleza, com o qual conquistou o Oscar de melhor filme estrangeiro em 2014, atualmente disponível para o público brasileiro no Looke.
Mais dicas
Websérie da Cômica Cultural
A Cômica Cultural lança, nesta quarta, às 20h, o primeiro episódio da websérie Os que Têm a Hora Marcada, inspirada no texto homônimo do romancista búlgaro Elias Canetti. Dirigida por Fernando Kike Barbosa, a obra se passa em um mundo ficcional no qual as pessoas nascem sabendo quando irão morrer de acordo com os nomes que recebem: Dez, Vinte, Cinquenta, entre outros numerais. Dividida em três episódios, a série irá ao ar semanalmente, de forma gratuita, no canal do YouTube do grupo de teatro. Em abril, o material será adaptado aos palcos.
Palestra sobre negritude
O escritor e colunista de Zero Hora Jeferson Tenório realiza nesta quarta, às 14h30min, uma palestra sobre a representação negra na arte e na cultura brasileira. Vencedor do Prêmio Jabuti, ele é autor do romance O Avesso da Pele, que reflete sobre o tema. O evento ocorre na Sala Sérgio Napp 1, na Casa de Cultura Mario Quintana (Rua dos Andradas, 736), e tem entrada franca, mediante inscrição prévia pelo e-mail educativoccmq@gmail.com.
Sessão da Tarde com Tom Hanks
A Sessão da Tarde desta quarta-feira destaca a história do piloto Chesley "Sully" Sullenberger, a partir das 15h15min, na RBS TV, com a exibição de Sully (2016). O filme de Clint Eastwood retorna ao ano de 2009 para contar a história do Capitão Sully (interpretado por Tom Hanks), que se tornou um herói nacional dos Estados Unidos da noite para o dia, depois de pousar um avião com problemas em meio ao Rio Hudson, em Nova York, salvando a vida dos 155 passageiros a bordo. Depois do sucesso meteórico, no entanto, veio a desconfiança sobre a necessidade da manobra, o que colocou o caráter do capitão em jogo.
Gângsteres à solta
O premiado ator Forest Whitaker retorna ao papel do infame gângster Bumpy Johnson (1905-1968) para a segunda temporada de Godfather of Harlem, que chega nesta quarta-feira à plataforma de streaming Star+. Escrita por Chris Brancato e Paul Eckstein, de Narcos, a série narra as desventuras do criminoso na Nova York dos anos 1960, em uma disputa de gangues pelo controle do Harlem, um bairro tradicionalmente afro-americano, então dominado pela máfia italiana.
Poesia em dupla na quinta-feira
A noite de quinta-feira (16) será de poesia em dobro no Café Fon Fon (Rua Vieira de Castro, 22). A partir das 19h, os poetas Michelle C. Buss e Léo Cruz se juntam para uma sessão de autógrafos e sarau com a participação de outros escritores. Michelle é autora de Um Parênteses sob Distâncias, enquanto Cruz escreveu A Última Vez que Penso em Você Neste Segundo. Ambos os livros foram publicados pela Bestiário neste ano e estarão à venda durante o evento.