"Ainda vai levar um tempo pra fechar o que feriu por dentro...". Os acordes da canção de Lulu Santos remetem a uma época nem tão distante, quando a Globo colocou no ar uma trama feita por jovens e para os jovens. Nesta semana, 26 anos depois da estreia, a emissora confirmou o cancelamento das gravações inéditas de Malhação.
De 1995 para cá, a atração mudou muito: nem mesmo o título condizia com os capítulos daquela novelinha que se passava na academia. Foi justamente por se renovar a cada ano que perdurou por tanto tempo, mas sempre mantendo a missão de dialogar com o público adolescente.
Identificação
Lembro pouco das primeiras temporadas, pois quando Malhação estreou, meu interesse ainda eram as bonecas e gibis. Foi só alguns anos depois, já na adolescência, que virei fã da novelinha, conheci meus primeiros ídolos, sofri, torci e chorei com algumas histórias.
Naquela época, a academia dera lugar ao colégio Múltipla Escolha, e ali aconteciam dramas e aventuras que poderiam ter se passado no meu colégio. A identificação foi imediata. Ao abordar assuntos considerados tabus para muitos pais e professores, Malhação serviu como aprendizado para muitos jovens em formação.
Acompanhei cada leva de episódios até o finalzinho da adolescência e, mesmo com outros interesses, como faculdade e trabalho, sempre dei uma espiada em alguns capítulos. Em tantas temporadas, elencos e cenários, destaco duas favoritas. Uma é a de 2004, quando a saudosa Vagabanda embalava a trama. Foi ali que virei fã de Marjorie Estiano, intérprete da vilã Natasha.
Outra que merece destaque é Malhação – Viva a Diferença (2017). Não foi à toa que as Five ganharam uma série só para elas no Globoplay, e as atrizes seguem brilhando em outros trabalhos.
A novelinha teen sai de cena, mas deixa um legado importante para a teledramaturgia brasileira, além de ter lançado grandes talentos, como Carolina Dieckmann, Thiago Lacerda, Fernanda Vasconcellos e Daniel de Oliveira, entre tantos outros. Obrigada por tudo, Malhação.