O humorista americano Dave Chappelle disse que "está mais do que disposto" a conversar com a comunidade LGBT+ após ser acusado de transfobia por seu especial The Closer, da Netflix. No programa, ele afirma que "o gênero é um fato" e que pessoas trans são "muito sensíveis".
As falas provocaram críticas e protestos nos arredores da sede da Netflix em Los Angeles na semana passada. Os manifestantes disseram que Chappelle se negava a falar com eles.
Nesta segunda (25), o humorista publicou no Instagram um vídeo que registra uma apresentação sua em Nashville, nos Estados Unidos, em que ele zomba da situação.
— Não é verdade. Se tivessem me convidado, eu teria aceitado, embora não tenha certeza sobre o que conversaríamos — disse. — Eu disse o que disse e ouvi o que disseram. Deus, como poderia não ouvir?
Chappelle declarou que não tem problemas com a comunidade LGBT+, mas com "interesses corporativos", observando que festivais de cinema "começaram a retirar os seus convites" para divulgar sua produção após a controvérsia.
— Não culpem a comunidade LGBT+, todos que conheço dessa comunidade não demonstraram nada além de amor e apoio, então não sei o que é todo esse absurdo — afirmou. — À comunidade transgênero, estou mais do que disposto a lhes dar espaço. Mas não podem me dizer o que fazer.
Inicialmente, o diretor de conteúdo da Netflix, Ted Sarandos, defendeu o especial, dizendo à equipe em um e-mail divulgado pela mídia que "o conteúdo na tela não se traduz diretamente em dano na vida real" e que a empresa apoiaria a "liberdade artística". Embora Sarandos mais tarde tenha se desculpado por não reconhecer a dor sentida pelos funcionários LGBT+, ele ainda defendeu que o programa não deveria ser retirado do ar ou rotulado com um aviso.
— Graças a Deus por Ted Sarandos e a Netflix, ele é o único que ainda não me cancelou — diz Chappelle, no vídeo.