
O cantor e ator Sérgio Loroza, eliminado do The Masked Singer Brasil de terça-feira (28), acredita que o programa vem contribuindo para a representatividade. Em entrevista ao Encontro com Fátima Bernardes, na manhã desta quarta-feira (29), ele contou que ficou feliz com a possibilidade de se apresentar com a fantasia de astronauta, figura que permeou seus sonhos de infância.
Durante o papo com Fátima, Loroza destacou que cresceu na década de 1960 assistindo à corrida espacial, o que estimulou sua imaginação a querer ser piloto de foguete. No entanto, ele lembrou o tempo que levou para se sentir representado por quem já esteve no espaço.
— O primeiro negro a viajar para as galáxias foi somente em 1983. É muita diferença de anos. O primeiro brasileiro, somente em 2006. Mas e o primeiro brasileiro negro, hein? Graças ao The Masked Singer, sou o primeiro "afronauta", chegamos lá (risos) — destaca Loroza.
Para encarar o reality musical, o artista confessa que se esforçou para alterar seu timbre de voz, a fim de enganar o público e os jurados. Em tom descontraído, ele conta que o The Masked Singer "é tão doido, que a gente fica satisfeito de enganar as pessoas e, ao mesmo tempo, de elas terem conseguido adivinhar".
A possibilidade de poder debater a representatividade com sua participação na atração também foi um dos pontos que mais lhe agradou. Nitidamente emocionado durante o Encontro, Loroza acredita que a participação no reality foi uma chance de "não decepcionar" com a sua "responsabilidade social".
— Estou aqui por todos nós. Até quem não pôde chegar até aqui estava comigo. A gente precisa ter um mundo mais legal, mais unido, de equidade (...) Precisamos caminhar nesse rumo: é preciso estar ao lado da mulher, do negro, do LGBT+, de quem está vulnerável. É preciso escolher de que lado estamos e, muitas vezes, o entretenimento é tido como algo menor. Se um programa assim for interessante e fizer pensar, vai penetrar sim no coração das pessoas — reflete Loroza.
Segundo o artista, não se pode naturalizar os problemas visíveis da sociedade. Portanto, ele acredita que cada um tem sua parcela de responsabilidade para resolver as dificuldades.
— Uma das coisas que está doendo em mim é passar pelas ruas e ver famílias inteiras debaixo das pontes. A gente tenta fingir, mas não dá para disfarçar que as coisas não vão bem. É um papo sério, não podemos perder o ânimo e temos que nos unir para mudar isso — finaliza.
Durante o Encontro, Loroza também lançou a canção Afronauta, em homenagem à sua participação no The Masked Singer e refletindo sobre a importância de uma sociedade mais igualitária.