Rever Império (2014), em edição especial no horário nobre da Globo, traz de volta algumas questões que talvez tenham passado despercebidas. Uma das coisas que me chamou a atenção foi a diferença gritante entre Cristina (Leandra Leal) e Maria Clara (Andréia Horta).
Irmãs por parte de pai, as duas são como água e vinho. Ou melhor, como água e azeite – preferem não se misturar. Apresentada como a mocinha sofredora da história, Cris não desperta muita empatia no público. Orgulhosa, intransigente e até um pouco arrogante, ela tem atitudes que a tornam quase uma anti-heroína. Aliás, arrisco dizer que é a filha mais parecida com o Comendador José Alfredo (Alexandre Nero) – para o bem e para o mal.
Empoderada
Já Maria Clara, a favorita do pai e criada no luxo, tinha tudo para ser uma jovem mimada. Mas não. As cenas em que ela é abandonada por Enrico (Joaquim Lopes) no dia do casamento estão entre as melhores da novela. Ao invés de ficar chorando e sentindo pena de si mesma, Clara disse poucas e boas ao noivo, engoliu o choro e ainda fez um belo discurso diante dos convidados, exigindo que a festa continuasse, mesmo sem casamento.
Maria Clara é a típica mocinha empoderada e feminista, que não precisa de um homem a seu lado para ser feliz. Cristina poderia se espelhar na mana, não ficar rivalizando com ela.