O corpo da designer de cenários Evelyn Sakash, 66 anos, foi encontrado na casa dela após ela ficar desaparecida por cerca de sete meses. A artista era considerada uma acumuladora e seu corpo ficou soterrado pelo lixo empilhado na cozinha. De acordo com o Daily News, ela teria morrido por causas naturais após sofrer de arteriosclerose (acúmulo de gordura nas artérias) durante vários anos.
Nos últimos meses, amigos de Evelyn chegaram a arrecadar mais de US$ 5 mil para pagar investigadores particulares. Contudo, nunca houve sinal do paradeiro da designer, nem mesmo quando a polícia de Nova York foi até sua casa com cães farejadores. O corpo foi descoberto na terça-feira (30) pela irmã da artista, Ellen Brown, 60 anos, que viajou de outro Estado para tentar esvaziar o apartamento com ajuda profissional.
— É devastador. Ela teve uma vida completa. Ela era extremamente talentosa. Ela tinha uma mente brilhante... Eu não quero que minha irmã seja lembrada dessa maneira, da forma que foi encontrada — diz ela. — Ela era tão generosa com as pessoas. Quero que isso seja o testemunho final, e não que ela tenha sido encontrada em más condições — completa.
Evelyn ganhou um Daytime Emmy em 2003 por seu trabalho no programa infantil Between the Lions. Ao longo de sua trajetória profissional, ela esteve nos bastidores do cinema, da televisão e do teatro. Trabalhou, por exemplo, em Para Sempre Alice (2014), vencedor de um Oscar de melhor atriz para Julianne Moore, e Taxi (2004), com Queen Latifah, Jimmy Fallon e Gisele Bündchen. Contudo, um vizinho aponta que após a morte da mãe de Evelyn, em abril de 2020, a artista entrou em uma espiral descendente.
— Ela se tornou muito mais retraída e parecia doente — afirma o vizinho. — Eu acho que foi quando ela começou a pegar mais do acúmulo... Entrei na casa dela há anos e era normal — explica.
Na casa da vítima, havia uma pia com pratos sujos e quartos empilhados com lixo, além do odor fétido que tudo exalava.
— Eu não tinha ideia de que ela estava morando em casa assim — diz ela. — Fazia parte da vida dela, mas não era tudo, então espero que ela possa ser lembrada com mais caridade... Deve ser lembrada pelas contribuições feitas à indústria e com a gentileza com que abordou todos que conhecia — aponta Madeline Hartling, uma artista cênica que trabalhou com Sakash e ajudou a organizar a arrecadação de fundos.