Um novo The Voice chega à TV Globo em 17 de janeiro e será exibido aos domingos logo após os sucessos de Temperatura Máxima. Batizado como The Voice+, o reality show será exclusivo para talentos a partir de 60 anos. No comando do programa estão André Marques e Thalita Rebouças. Já nas cadeiras dos jurados, Claudia Leitte, Daniel, Mumuzinho e Ludmilla, estreante na produção.
Para o diretor artístico, Creso Eduardo Macedo, o programa se apresenta como um espaço de oportunidade para esses artistas. Entre os competidores, pessoas que já tem carreira musical dividem espaço com aquelas que veem no reality show a possibilidade de realizar um sonho há muito esquecido.
— A gente fica impressionado com o quanto o Brasil tem talento musical. A gente está indo para o 10º ano do The Voice no Brasil e ano após ano parece ser inesgotável a quantidade de gente que é boa. Não é só idade, é quanto tempo as pessoas viveram, então vai ter muita história de vida bonita — adianta ele. — (Sessenta anos ou mais) é uma idade cronológica, não uma idade emocional. E o programa vai mostrar isso — acrescenta.
Daniel já adiantou um pouco dessas vivências que devem ser vistas no programa. Durante entrevista coletiva, ele pontuou um momento que o marcou de forma significativa, quando questionou uma das participantes sobre qual era a coisa que ela mais valorizava na vida dela.
— Ela falou assim: "O que eu dou mais valor é o meu fogãozinho elétrico". Onde ela faz a comidinha dela. Porque quando era muito jovem, ela não tinha nem dinheiro para comer — afirma.
Claudia Leitte já passou por todos os formatos do programa. Apesar disso, a edição focada em pessoas mais maduras tem trazido lições novas, inclusive sobre como encara a vida. Questionada sobre a fase das audições, que seleciona os participantes da competição, ela afirmou que tenta ao máximo tirar o melhor de cada candidato.
— Nossa relação com o tempo é às vezes muito injusta. Às vezes a relação do candidato com o tempo também é injusta. Isso traz uma certa insegurança. Eu já sabia que o candidato que viria ali ia trazer uma bagagem e ela poderia atrapalhar na interpretação. Rolou uma empatia muito natural — conta.
Pela primeira vez na cadeira dos jurados, Ludmilla admitiu, rindo, que tem vontade de apertar o botão para todos que passam pelo The Voice+. Contou, ainda, que ficou extremamente empolgada ao ser convidada para participar do programa.
— Eu estava em um clube, tomando banho de piscina e aí meu empresário ligou e disse: “Olha, o Creso quer falar com você”. Aí eu falei: “Jesus, que que eu fiz?”. Porque a pessoa é agitada, já pensa nisso. Ele me falou: “Oi, tudo bem, eu queria te convidar para participar do The Voice+”. Eu quase tive um piripaque. E o Creso falou para eu esperar e não falar para ninguém. Como que guarda um segredo desses?! Foi muito difícil para mim, fiquei muito muito feliz e entusiasmada — disse a cantora.
A artista também aponta que, em um primeiro momento, ficou preocupada com as críticas que poderia receber, já que tem apenas 25 anos e estaria instruindo pessoas mais velhas. Contudo, Ludmilla logo assumiu o compromisso, admitindo já estar acostumada com as críticas de qualquer maneira.
— Coloquei na ponta do lápis que eu só tenho 25 anos, mas olha tudo o que eu construí na minha vida, olha onde já cheguei, porque sou muito determinada. Sei o que quero, sei o que o público gosta de ouvir, por isso que estou onde eu estou. Eu vi que, sim, eu tenho capacidade para estar ali — destaca. — Uma coisa que eu tenho muito cuidado é com os sonhos das pessoas — acrescenta.
A musicalidade deve ser bastante diversa no The Voice+. Conforme André Marques, há pessoas que estão buscando sair da zona de conforto e partir para um gênero que nunca cantaram antes. Mumuzinho, conhecido no mundo do samba, admitiu que viu pouco do gênero no programa, mas considera isso uma experiência positiva:
— O programa está muito universal, o que é bacana. Estou aprendendo tanto com essas vozes, que cada música que cantam eu penso: “Cara, essa música é de tal pessoa”. É sentir, abrir a mente não só para o samba, o R&B, mas abrir a voz para a música.
O reality show será composto por cinco fases. Nas Audições às Cegas, 48 candidatos são escolhidos pelos técnicos para entrarem na competição, 12 em cada time. Depois, no Tira-Teima, os jurados avaliam seus participantes e escolhem oito vozes para seguir no programa.
No Top dos Tops, as decisões começam a ficar mais difíceis: cada técnico deve escolher somente quatro pessoas para continuar no The Voice+. Na semifinal, cada técnico decide mandar dois dos seus competidores para a final, que é disputada ao vivo e consagra o vencedor do reality show por meio do voto popular.