O Gambito da Rainha foi uma jogada e tanto para a Netflix. Um mês após sua estreia, em 23 de outubro, a produção bateu o recorde de minissérie ficcional mais assistida na plataforma de streaming, com 62 milhões de reproduções ao redor do mundo em 28 dias. De acordo com a companhia, o título chegou ao Top 10 de 92 países neste meio tempo, ficando em primeiro lugar em 63 territórios, incluindo Argentina, Israel e África do Sul.
A Netflix ainda se gabou, em uma publicação em seu site, que as pesquisas no Google por “xadrez” dobraram neste período, enquanto buscas sobre “como jogar xadrez” tiveram o maior pico dos últimos nove anos. A procura por jogos no eBay cresceu 250%, e o livro The Queen's Gambit, de Walter Tevis, entrou para a lista dos mais vendidos do The New York Times, 37 anos depois de sua publicação. Por fim: o número de novos jogadores cadastrados em Chess.com cresceu cinco vezes desde o lançamento da obra.
O Gambito da Rainha acompanha a trajetória da enxadrista Beth Harmon (Anya Taylor-Joy), personagem ficcional inspirada no livro de Walter Tevis. Embora seja uma ficção, há relatos de espectadores que recorreram a sites de pesquisa para saber se a personagem existiu mesmo. Alguns enxadristas citados ao longo da produção, contudo, são verdadeiros.
A minissérie dramática inicia com Beth perdendo sua mãe em um acidente de carro, no final dos anos 1950. A garota (interpretada por Isla Johnston) passa a viver em um orfanato, onde descobre seu talento para o xadrez. Só que também se vicia nos calmantes oferecidos pelo Estado para tranquilizar as crianças. Consequentemente, pílulas e peças sobre o tabuleiro se tornam parceiras indissociáveis para Beth.
A medida que cresce, Beth vai aprimorando seu jogo. Torna-se uma enxadrista profissional, algo raro nos anos 1960. Famosa e genial com o movimento das peças, ela começa a chamar a atenção por onde passa. Porém, Beth tem uma personalidade complicada. Traumatizada, é introspectiva desde a infância, com dificuldades de se expressar e de se relacionar com outras pessoas. Muitas vezes é impulsiva, e o álcool passa a afetá-la além dos calmantes.