Em 1998, a novela Torre de Babel literalmente fez barulho ao apresentar a explosão de um shopping center, sequência que, além da grande audiência, manteve o público curioso com as reviravoltas na trama e os desdobramentos do episódio. Vinte e dois anos depois, o folhetim de Silvio de Abreu pode ser revisto na íntegra a partir desta segunda-feira (3), no Globoplay.
No início, a história é centrada em dois personagens: José Clementino (Tony Ramos), operário que assassina a própria esposa durante uma confraternização no canteiro de obras do Tropical Tower Shopping, e César Toledo (Tarcísio Meira), dono do empreendimento. O crime foi presenciado por Toledo, que depôs contra o ex-subordinado. Depois de 20 anos preso, Clementino consegue um emprego de vigia no shopping e vai atrás de sua vingança.
Relembre algumas razões para o sucesso da novela, que alcançou média geral de 44 pontos no Ibope - o último capítulo chegou a 61 com picos de 66:
Reviravolta
Inicialmente, Torre de Babel foi planejada para acompanhar o projeto de vingança de Clementino, com a explosão ficando em segundo plano. Com a falta de repercussão das subtramas, Abreu agilizou o crime, retirou alguns personagens de cena criou um clima de mistério em torno da autoria do plano da explosão. Torre de Babel caiu no gosto popular com a seguinte pergunta: afinal, quem explodiu o shopping?
Uma mudança também marcou a escolha dos personagens que morreram na explosão. Na sinopse original, estava previsto que Rafaela (Christiane Torloni) morreria e Leila (Silvia Pfeifer), sua namorada, se envolveria com Marta, vivida por Glória Menezes. Um novo desfecho foi criado diante a reação negativa do público ao casal lésbico.
Explosão do shopping e efeitos
No final da década de 1990, mesmo com a consolidação da teledramaturgia da Globo, o público dificilmente via cenas com altas doses de efeitos especiais. Por isso, a explosão do Tropical Tower Shopping tornou-se a sequência mais marcante da novela.
Outra cena que usou efeitos especiais foi a de Ângela (Claudia Raia) matando Vilma (Isadora Ribeiro), esposa de Henrique, filho de Toledo. O corpo é jogado em um penhasco.
Humor e Jamanta
Como toda boa novela de suspense, um núcleo cômico é importante para dosar a temperatura da história. No início, essa turma tem à frente a garçonete Bina (Claudia Jimenez), que trabalha no shopping e descobre ser herdeira de uma tia rica, que morre na explosão.
Bina ganha uma fortuna e lida com a falida Diolinda Falcão (Cleyde Yáconis), que finge querer ajudá-la a se tornar uma dama da sociedade. A trapaceira quer que ela se case com seu filho, Edmundo Falcão (Victor Fasano), mas Bina se vê dividida entre ele e outros dois amores: Gustinho (Oscar Magrini) e Boneca (Ernani Moraes).
Outro personagem que se destaca é Jamanta (Cacá Carvalho), que tem deficiência mental, vive como agregado da família Clementino e trabalho num ferro-velho. Ele ficou conhecido por comentários engraçados e muita gente suspeitou que ele pudesse ser o responsável pela explosão do shopping, já que vivia repetindo "Jamanta não morreu".
Vilã no meio do caminho
Ângela (Claudia Raia) demorou a mostrar a que veio. Ela foi criada por uma empregada da família Toledo e nutria uma paixão por Henrique (Edson Celulari). Depois da explosão, ganha força na trama tentando se vingar da família rica.
Irônica, ela peita muita gente, é presa, fuge da cadeia e - inesperadamente - acaba orquestrando a explosão do shopping. Ela contrata Agenor (Juca de Oliveira), pai de Clementino, para instalar no centro comercial os explosivos que o filho havia fabricado. Sandrinha (Adriana Esteves), filha de Clementino, ouve uma conversa entre Agenor e Ângela e decide destruir o shopping também movida por vingança.
Trilha sonora
Torre de Babel contou ainda com uma trilha sonora marcante. Na parte internacional, há faixas como Corazón Partío (Alejandro Sanz), The Air That I Breathe (Simply Red), Con Te Partirò (Andrea Bocelli) e Immortality (Celine Dion). Entre as canções nacionais, destacam-se Onde Foi que Eu Errei (Fat Family), Vambora (Adriana Calcanhotto) e Moda de Sangue (Elis Regina).