O trabalho durante a quarentena foi um alívio para Eduardo Sterblitch. Com dois casos sérios de doença na família, o humorista encontrou uma boa distração para controlar a ansiedade no programa Sterblitch não tem um Talk Show: o Talk Show, lançado na semana passada no Globoplay. A atração semanal, com episódios novos nas sextas-feiras, é um projeto pessoal para fazer piada da cultura desse tipo de atração.
— É onde eu jogo minha energia ao estar muito nervoso. Então eu crio algo para ver se consigo ficar menos tenso, é como uma terapia em grupo — define Sterblitch, em entrevista a GaúchaZH por videoconferência.
Para montar o programa final, ele tem feito lives nas noites de segunda e terça-feira, reunindo anônimos e famosos. Para participar, o interessado precisa se inscrever previamente no site Gshow. Depois, o compilado dessas duas transmissões ao vivo rendem a atração inédita, que tem duração média de 30 minutos.
No episódio de estreia, o humorista falou com mais de 30 anônimos sobre temas aleatórios e, no bloco final, com a cantora Ivete Sangalo e o casal Michel Melamed e Letícia Colin. Todos têm a oportunidade de fazer interações
— Vamos morrer com essa overdose de lives logo (risos), mas acho que a diferença para o meu programa é que tem muitos aplicativos e consigo colocar todos em um mesmo lugar. É algo que nenhum app faz, então estamos vendo se é viável ou não — acredita ele.
Igualdade
Logo no episódio de estreia, Sterblitch não tem um Talk Show: o Talk Show deixa bem claro que quer caminhar bem longe de debates políticos ou contextos sociais. Letícia Colin, por exemplo, revela que fez o papel de mestre de cerimônia do casamento do humorista, e Ivete conta que o filho dela, Marcelo, é fã do artista.
Mais perto do final, ele também abre espaço para que os anônimos façam suas perguntas para os famosos, eliminando qualquer barreira.
— É mais juntar as pessoas, pegar um eleitor dos dois lados, e fazer eles falarem. O assunto não ser importante, tudo bem, mas é uma desculpa para todo mundo falar — reforça Sterblitch.
Diante do isolamento social, o apresentador conta que procura se manter otimista. Mesmo sentindo como se fosse “nossa última temporada na Terra”, ele insiste em fazer novos projetos.
— Apesar de sentir que estamos meio que para acabar, acho isso bonito também, porque quando estamos com a finitude na frente, começamos a pensar em como aproveitar melhor a vida. Ou seja, vemos como se superar, melhorar e que a gente consiga ser mais decente.