No ar em duas novelas que estão sendo reprisadas pela Globo, Eliane Giardini participou do programa Encontro com Fátima Bernardes nesta quinta-feira (30) e falou sobre a experiência e suas personagens. Em Avenida Brasil, a atriz é Muricy. Já em Êta Mundo Bom, vive Anastácia.
— São dois personagens que foram bacanas de fazer — conta Eliane. — É legal juntar essas duas personagens no mesmo momento porque é possível ter uma dimensão boa do meu trabalho. Trabalhar com a Muricy foi sair da minha zona de conforto, já com a Anastácia foi um esforço maior de contenção. Em Êta Mundo Bom, foi a primeira e última vez que trabalhei com o Jorge Fernando.
A atriz comentou sobre a diferença entre as personalidades das duas personagens, e afirmou que acredita que todo mundo tem um pouco da característica de cada uma delas.
— Nós temos uma humanidade dentro de nós, essa é a verdade. Acho que o trabalho mais bonito do ator é exercer a empatia. Depois que você vive dentro de um personagem você fica mais tolerante, você entende melhor as razões daquela pessoa. Acho que essa é uma consequência muito bacana do nosso trabalho.
A atriz também comentou os problemas que a população brasileira está enfrentando durante a crise do coronavírus.
— Eu fico supermal, emocionada, de ver como esse povo está abandonado à própria sorte. Eu fico desesperada com isso (...) Essas pessoas na rua precisam comer, precisam receber esse dinheiro (Eliane se refere ao auxílio emergencial do Governo Federal, que era tema do programa) e elas não conseguem receber esses R$ 600. Caramba! O meu maior sofrimento nessa pandemia está sendo isso... Essa exposição total, o descaso com a população, com esses que precisam mais — desabafou.
Eliane também disse acreditar que a pandemia está acelerando processos para os quais a humanidade já caminhava.
— Eu estava lendo um dia desses sobre a Segunda Guerra Mundial. Quando aconteceu, os homens foram todos para a guerra e então as mulheres tiveram que ocupar todas as funções. Quando eles voltaram, a emancipação feminina estava colocada. Essas grandes catástrofes, guerras, epidemias, aceleram as coisas. Eu acho que, no nosso caso, a consciência está sendo acelerada, em todas as camadas. Eu sei que nesse momento estou em uma posição tão privilegiada! Mas eu espero que a consciência ganhe essa parada — reflete a atriz.