Uma guerra entre anjos e demônios na busca pela Criança Sagrada, que pode ser tanto o novo Messias quanto o Anticristo, é uma das batalhas mais narradas por diferentes religiões. Este embate é retratado em Liberto, nova série de terror do Prime Box Brazil, dirigida pelos cineastas Gustavo Fogaça e Paola Troian, com produção da Santa Transmedia. A produção de seis episódios aproveitou o embalo do Halloween e estreou nesta quinta-feira (31), dia da exibição dos capítulos inéditos semanalmente, sempre às 20h30min.
— Nenhum dos dois lados sabe onde vai nascer e nem quando. Eles procuram em locais importantes, como Paris, Nova York, Roma… ninguém pensa em Porto Alegre. Queremos que o novo Messias nasça na cidade, começa por aí. E nela nasce (risos) — explica Fogaça.
Enquanto um casal lida com a chegada do bebê, duas tramas ocorrem em paralelo. Uma delas é o dilema do jovem médico Júlio (Emilio Farias), que decide recorrer ao exorcista Padre Nonato (Luis Franke) quando percebe que sua mãe Carmem (Áurea Baptista) está com distúrbios. Sua matriarca acredita que a única solução para seu problema é uma sessão do descarrego em sua igreja evangélica conduzida pelo Pastor Manfredinho (Eduardo Mendonça). Sem sucesso, os dois decidem apelar ao padre ex-integrante do Vaticano especialista em atividade demoníaca.
Na segunda frente do enredo, uma organização satanista internacional liderada por William (Carlos Busato) e suas filhas Katrya (Camila Galarza) e Margot (Renata de Lélis) recebe o aviso de que a Criança Sagrada nasceu. Sua busca é fundamental.
— Porto Alegre, em si, tem esse clima para baixo, e sou crítico voraz do espírito da cidade. Por isso, cabe sim nascer o Anticristo na cidade, é totalmente viável — diverte-se Fogaça, que fechou a primeira versão de Liberto em 2011, projeto que tomou forma somente agora.
Trocas
Segundo Fogaça, dois cenários foram inspiradores para a série. O Hospital Parque Belém, importante local para a Capital durante as décadas de 1940 e 1950, trouxe um clima de “abandono”. Já a Igreja Luterana de Teresópolis foi um laboratório de trocas:
— O pessoal foi bem receptivo, porque debatemos anjos e demônios dentro da igreja. Todo mundo participou da conversa e, mesmo que na série tenhamos camuflado o local para não localizá-lo, o cenário foi muito importante para o resultado final — explica o cineasta gaúcho.
Entre as conversas promovidas na igreja – e pela série, como um todo -, está a divergência entre o bem e o mal.
— Todo esse debate ético e moral é muito pertinente ao momento. Apesar de estarmos vivendo em um viés mais partidário, e não de ideologias, estamos deixando o debate da humanidade em si, da empatia, do diferente, e de se importar com o próximo — aponta Fogaça.
Em seu formato original, além da série em três temporadas, Liberto tem uma versão em jogo virtual, uma história em quadrinho e uma websérie. Tudo isso deve se cruzar no futuro. A expectativa é que a segunda temporada saia do papel no ano que vem. Enquanto isso, Fogaça garante que vale a pena ver a primeira fase:
— Foi tudo filmado aqui e terá projeção nacional. Toda a série é nossa para o universo, bem do jeito que o gaúcho gosta: megalomaníaco (risos) — finaliza.
Liberto
Quintas-feiras, às 20h30min, Prime Box Brazil
Reprises: sábados, às 2h; e domingos, às 14h; sextas-feiras, às 8h30min.