Processado por racismo por Milton Gonçalves, o ator Paulo Betti rebateu a acusação nesta segunda-feira (18). Deu declarações dizendo que não se considera racista, mas preferiu não entrar em detalhes sobre o caso e a interpelação judicial que o colega moveu contra ele.
— É uma acusação muito grave. Eu não sou racista. Pelo menos até onde eu saiba, a minha história não diz isso, eu nunca me considerei. Mas prefiro, primeiro, responder à interpelação — disse Betti por telefone ao portal Uol.
O desentendimento ocorreu durante uma discussão num grupo de WhatsApp sobre a votação para a presidência do Sindicato dos Artistas e Técnicos em Espetáculos de Diversões do Estado do Rio de Janeiro (Sated-RJ). Pertencente a uma determinada chapa, Betti enviou uma mensagem ao grupo dizendo que a atual diretoria, formada por Gonçalves e o também ator negro Jorge Coutinho, estava lá "há muito tempo", deixando a entender que a representação negra num sindicato confundia as demandas.
"A atual diretora do sindicato está lá há muito tempo e tem uma forte representação negra com Jorge Coutinho e o grande Milton Gonçalves, além do querido Cosme. Isso complica bastante a luta, pois pode confundir as coisas", diz a mensagem de Betti enviada ao grupo "Profissão Artistas". O trecho consta nos autos do processo a que o portal Uol teve acesso. O caso teria ocorrido em abril deste ano.
Ao portal Notícias da TV, Gonçalves demonstrou chateação.
— É uma dor no coração muito grande. Não tenho mais paciência para discutir raças. Não quero saber disso, quero que todos sejam seres humanos, todos iguais — disse.
Na interpelação judicial movida por Milton Gonçalves, Jorge Coutinho e Cosme Santos, Betti é acusado de injúria racial. Os atores pedem explicações em juízo ou retratação. A ação está na 33ª Vara Criminal do Rio, e terá Betti 15 dias para apresentar sua defesa.
Betti pertence à chapa Renovação e Transparência ao lado de Tonico Pereira, Júlia Lemmertz e Zezé Polessa, entre outros atores. Já Milton Gonçalves faz parte da chapa União e Determinação, que traz ainda Hugo Gross, Ruth de Souza e Carlos Vereza. A eleição para a presidência do Sated deve ocorrer entre o fim de junho e início de julho.