Além de causar apreensão sobre a saúde de Benício,
11 anos, o acidente sofrido pelo filho de Luciano Huck e Angélica na baía da Ilha Grande, no Rio de Janeiro, chamou a atenção para o wakeboard, esporte que o menino praticava quando caiu da prancha e bateu a cabeça.
O hospital informou que Benício foi vítima de um traumatismo no crânio, com afundamento e hematoma do lado direito da cabeça. Ainda não há previsão de alta para o menino, mas, de acordo com o apresentador, o filho não chegou a perder a consciência e está bem.
O wakeboard
Wakeboard é um esporte aquático praticado sobre uma prancha, que é diferente da prancha de surfe. Além de menor e mais leve, a prancha de wakeboard tem duas botas acopladas, que servem para que o esquiador (nome dado ao praticante) fique preso à prancha.
O equipamento e a segurança
Para a prática, o esquiador agarra-se a uma corda com um manete, presa a uma lancha, que deve contar com duas pessoas com Arrais (habilitação para conduzir barcos): uma no comando da embarcação e outra em contato visual constante com o esquiador. Além disso, é necessário que o praticante use um colete salva-vidas de modelo esportivo.
Idade mínima
Não é necessário ser profissional nem maior de idade para praticar o wakeboard. Danielle Alves, sócia da escola de esportes aquáticos WakePoint, onde foi realizado o mais recente Campeonato Gaúcho da modalidade, afirma que recebe alunos a partir dos três anos. Ela explica que, em média, um amador que nunca praticou o esporte demora seis quedas para aprender a ficar em pé na prancha. Uma aula de 30 minutos na WakePoint custa R$ 200.
— É bem comum ver crianças praticando. Meu filho começou com três anos. Não é necessário usar capacete ou qualquer equipamento especial, só é necessário usar uma prancha adequada para o tamanho da pessoa. A bota, principalmente, precisa encaixar no pé — avalia Danielle.
Dúvidas sobre o acidente
Entre especialistas, a maior dúvida referente ao acidente com Benício tem a ver com o fato de ter havido impacto da prancha com a cabeça. Por ser presa nos pés com botas, é muito difícil que a prancha chegue à altura do crânio – a não ser que se desprenda, por algum motivo, dos pés. Em entrevista ao Fantástico, Huck disse, sem dar detalhes, que Benício "caiu e a prancha bateu na cabeça dele". Já a Marinha brasileira informou, em nota, que "o filho do apresentador esquiava em prática esportiva, desequilibrou-se da prancha e chocou a cabeça na mesma" e reforçou que "não houve acidente da navegação".
— Se ele é muito pequeno e estava usando uma prancha muito grande, isso pode ter ajudado a bater a prancha na cabeça, mas não é algo comum de acontecer. O ideal é usar uma prancha de acordo com a altura e o peso. Se ele estava usando a mesma prancha de um esquiador de 1,70m e tem 1,40m, é mais fácil de ela chegar até a cabeça. Também fico em dúvida se ele estava fazendo wakeboard ou wakesurf. O wakesurf usa uma prancha de surfe e anda com os pés desconectados da prancha, além de a prancha ser muito maior — diz Heiner Hofmann, 23 anos, atual campeão gaúcho de wakeboard na modalidade Pro e instrutor.
O esporte no país
Em abril, Heiner Hofmann e Gabriela Andrade foram os grandes campeões da competição regional, que voltou a ser realizada em Porto Alegre depois de 10 anos. Atualmente, o grande nome do wakeboard nacional é o paulista Marcelo Giardi, de 36 anos, conhecido como Marreco. Ele é octacampeão brasileiro, medalhista de ouro nos Jogos Pan-Americanos de 2007 e atual técnico do Bra Wake Team, a Seleção Brasileira de wakeboard.