Atenção: o texto a seguir contém spoilers.
Em uma reviravolta que despertou polêmica entre o público de Game of Thrones, o penúltimo episódio da série neste domingo (12) marcou a transformação de uma das figuras mais queridas pelos fãs — a rainha Daenerys Targaryen — de uma figura heróica para uma soberana cruel.
Se até o momento a Mãe dos Dragões trazia como outros de seus epítetos a marca de Quebradora de Correntes ou Mãe dos Escravos, como libertadora de povos subjugados, no momento de tomar King's Landing a pretendente ao trono de ferro preferiu governar pelo medo.
Essa conversão já havia sido sugerida no início do episódio quando, ainda visivelmente abalada pela morte de Missandei (e ainda mais após as perdas de Sor Jorah e outro de seus dragões), lamentava a falta de amor por parte dos povos que deveria governar.
— Que seja pelo medo então — declarou, antecipando algumas das cenas mais marcantes da última temporada da saga.
A batalha por King's Landing já começou com vantagem avassaladora para Daenerys e seus aliados. Sobre seu último dragão, aniquilou a frota de ferro no mar em questão de minutos e, em seguida, soprou suas chamas para devastar o exército adversário e parte das muralhas que protegem o trono.
Quando os sinos já haviam tocado indicando a rendição do reino, diante do pavor provocado pelos gigantes voadores, Daenerys consolidou sua disposição em governar inspirando terror. Em vez de demonstrar piedade, manteve seu dragão cuspindo fogo sobre toda a cidade indiscriminadamente, em uma decisão que contrariou a intenção dos aliados Jon Snow e Tyrion Lannister de uma tomada a mais pacífica possível.
A reviravolta no perfil de Daenerys, que já era cogitada em teorias por fãs, já que a rainha descende de uma família marcada por episódios de loucura, desagradou parte da audiência.
— Eu nem sou contra a ideia de que o poder pode corromper até a Daenerys, mas eles não fizeram por merecer. Isso foi rápido demais — criticou o fã da série Guilherme Jacobs em um post no Twitter.
Outros internautas condenaram o fato de uma mulher ter sido apresentada como exemplo de desequilíbrio, enquanto coube a Jon Snow representar a razão e a tolerância. O novo contexto foi visto como sinal de que dificilmente a Mãe dos Dragões sentará no Trono de Ferro.
O episódio já havia começado com alta temperatura. Ao descobrir a traição de Varys, que não mais acreditava nela como rainha, Daenerys condenou o ex-aliado à morte pelo fogo. O penúltimo capítulo da trama também foi marcado por duetos memoráveis — às vezes duelos mortais, como entre Jaime Lannister e Euron Greyjoy (que levou a pior) ou os irmãos Sandor (Cão de Caça) e Gregor Clegane (em uma das cenas marcantes da noite, ambos despencaram juntos de uma torre para a morte), ou reencontros afetivos como o de Cersei e Jaime.
Um dos desfechos mais aguardados pelos fãs, por sinal, também provocou controvérsia. Após testemunhar a destruição de seu reino, Cersei se convenceu a tentar escapar com vida ao lado do irmão. Ambos permaneceram abraçados enquanto o abrigo em que se encontravam ruiu.
Parte dos fãs desejava que Cersei, uma das grandes vilãs da trama, fosse morta pela espada de alguém - Arya Stark era um dos nomes preferidos. A morte por soterramento, ao que tudo indica, frustrou essa expectativa. Agora, a principal dúvida que resta para o capítulo derradeiro de Game of Thrones é a quem caberá o disputado Trono de Ferro.