Chega ao fim, hoje à noite, a novela Deus Salve o Rei. Assim como as boas histórias de cavalaria, a ação dominou boa parte dos capítulos da trama, alardeada como uma inovação em termos de efeitos especiais, cenário e figurino. Afinal, não foi tarefa fácil "inventar" os reinos de Montemor e Artena, mostrar uma história atemporal, que ora parecia atrelada à Idade Média, ora ressaltava temas da modernidade, como empoderamento feminino.
Entre mortos — muitos, diga-se de passagem — e feridos, sobrevivem os mocinhos, aqueles que não perderam a ternura, apesar de terem mostrado seus dilemas, dúvidas e erros humanamente verossímeis.
Deus Salve os acertos!
— A presença de duas atrizes queridinhas do público – Bruna Marquezine e Marina Ruy Barbosa – se mostrou uma aposta certeira. A rivalidade de Catarina e Amália foi a grande atração da trama.
— Bruna Marquezine começou "robotizada", mas levou as críticas a sério e virou o jogo. Nos últimos capítulos, Catarina foi a grande força da novela, quase dava pra torcer por ela, não fosse tão má.
— Marina Ruy Barbosa é carismática e cabe como uma luva no papel de mocinha. Amália cresceu ao longo da trama: de jovem batalhadora, virou uma guerreira forte e destemida, disposta a entrar nas batalhas e lutar de igual para igual com qualquer malfeitor.
— Rodolfo (Johnny Massaro) não ocupou apenas o trono de Montemor durante boa parte da novela. O jovem ator tomou a novela para si, mostrou as nuances de um príncipe mimado que quase virou o grande vilão da história. Na reta final, teve a redenção esperada e o perdão merecido por parte do irmão, Afonso.
Nem bruxaria resolveu
— Perdido em meio a duas fortes pretendentes, Afonso não foi o grande herói que prometia no início. Manipulável, ficou difícil para o público se conectar com o mocinho.
— Por maior que fosse o cuidado com os efeitos especiais da trama, houve momentos em que ficou difícil de "embarcar" nos cenários, artificiais demais.
— Alguns núcleos ficaram desconectados do resto da história. Glória (Monique Alfradique), por exemplo, não fazia outra coisa a não ser engordar, emagrecer, correr atrás de homens, ouvir os desmandos da mãe, Naná (Betty Goffman). Repetitivo...
— É compreensível a presença de um núcleo cômico. Aqui, louve-se o trabalho de Tatá Werneck, divertidíssima como Lucrécia. Porém, a personagem merecia mais destaque nas tramas principais, das quais ficou afastada por quase metade da novela. Lucrécia poderia ter participado da missão de desmascarar Catarina.
O que esperar do último capítulo
Nada de batalhas, grandes revelações ou reviravoltas. O ponto alto do desfecho deve ser o castigo de Catarina, condenada à forca por seus crimes. Antes disso, a vilã dá à luz o menina, que ficará sob os cuidados de Augusto (Marco Nanini). O rei de Artena, aliás, será um dos responsáveis pela condenação da filha. Apesar de ter jurado que não incriminaria Catarina, o monarca acaba contando toda a verdade sobre o tempo em que foi mantido prisioneiro da vilã.
Outro momento esperado pelos fãs da trama é o casamento — agora pra valer — de Afonso e Amália. A ruiva não tem sangue "azul", mas demonstrou sua nobreza em atitudes ao longo dos últimos meses. Sendo assim, finalmente será aceita como a rainha de Montemor e, é claro, dona absoluta do coração de seu amado.