No ar como o mocinho Afonso, de Deus Salve o Rei, Romulo Estrela se divide entre o clima medieval da novela e o papel de paizão na vida real — Theo completa dois anos em junho. Se, na ficção, a vida de Afonso não está fácil em meio à guerra entre Artena e Montemor, para o ator, o momento não poderia ser melhor. Confira na entrevista:
Seus últimos papéis de destaque na TV foram de época — inclusive, no filme Entre Irmãs (2017), que, posteriormente, foi exibido como minissérie da Globo. Sente falta de interpretar um personagem contemporâneo?
Não tenho esse tipo de preferência. Tenho atração por boas histórias e por bons personagens, que me instiguem e que, de alguma forma, toquem ou façam o meu espectador se questionar.
Você foi escalado na última hora para viver Afonso em Deus Salve o Rei. Como foi esse processo? Sentiu falta de mais tempo para se preparar para um papel de tanto destaque?
Realizei grandes trabalhos ao lado de pessoas que me ajudaram muito a crescer profissionalmente, e isso fez com que eu me sentisse seguro em mais esse desafio. Acho que toda a minha trajetória de trabalho sempre foi muito coerente com o meu momento artístico.
O que foi mais difícil na sua preparação para Deus Salve o Rei?
Eu fiz uma preparação com o Eduardo Melevski (preparador de elenco) por três semanas, e a gente fez arco e flecha, luta com espadas, luta corporal e treinos a cavalo. Eu, particularmente, venho de novelas de época. Então, são novelas que eu acabo revivendo, visitando.
Você chegou a se machucar durante as gravações da trama. Foi complicado aprender a lutar com espada e se adaptar a outras situações que não fazem parte da nossa época?
A luta com espada, eu faço desde Além do Tempo (2015). Então, é a quarta novela: Além do Tempo, Liberdade, Liberdade (2016) e Novo Mundo (2017), que, apesar de não ter tanta luta, mostrava o instrumento que fazia parte. E, agora, nessa novela, tem muita cena de ação. A gente está falando da alta Idade Média dos séculos 15, 14. Nesse universo, era época de conquista. As pessoas saíam em expedição, saíam em busca de novas terras, e isso se dava no corpo a corpo, no duelo. Eu estou muito confortável, mas sempre acontece. O cavalo, por exemplo, se você não monta, é melhor nem subir nele!
Afonso desistiu de ser rei por amor a Amália (Marina Ruy Barbosa). Na vida real, você seria capaz de um ato dessa grandeza por amor?
Eu acredito no amor, o amor faz parte da minha vida. Acho que o amor é salvação para o mundo que a gente vive hoje, inclusive.
Como está sendo conciliar as gravações da novela com o "papel" de paizão do Theo (um ano e nove meses)?
Sempre priorizo a qualidade do tempo com ele. Quando chego em casa, Theo já está dormindo. Quando não, dou atenção, e brincamos. De manhã, é a nossa hora oficial juntos. Estou sempre com ele quando não estou gravando. Estar com o meu filho e com a minha esposa (a empresária Nilma Quariguasi) é a melhor maneira de recarregar as minhas energias para começar bem uma semana de trabalho.
Qual tipo de personagem você sonha em interpretar?
Estou sempre em busca de personagens instigantes como o Afonso. Ele me transporta para uma atmosfera medieval, diferente do meu cotidiano e de tudo o que já fiz. Por outro lado, o Degas, do filme Entre Irmãs, era riquíssimo, pois fala de um assunto muito atual e pouco explorado, como a homossexualidade de uma maneira disfarçada. Já o Chalaça, de Novo Mundo, era um bon vivant. Mas também muito interessante por ser um personagem de uma época muito distante, mas importante para a nossa história.
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