A Disney anunciou na terça-feira (8) que vai criar seu próprio serviço de vídeo sob demanda e não renovará o contrato e licenciamento firmado com a Netflix. Por meio de um comunicado, os estúdios afirmam que se trata de uma "guinada estratégica na forma de distribuição de conteúdo". A partir de 2019, a nova empresa deverá prover conteúdo para sua própria plataforma, que inclui filmes de curtas e longas-metragens e programas de TV.
Essa nova estratégia foi divulgada juntamente com o balanço financeiro do grupo Disney para o terceiro trimestre do ano, que demonstrou queda de 3% nas receitas na área de televisão.
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Para a Netflix, essa saída representará uma grande perda, pois a Disney também é detentora dos direitos das obras da Pixar, da Marvel e da franquia Star Wars. No entanto, a rescisão valerá apenas para novos títulos lançados a partir de 2019. Além disso, ainda não se sabe que impactos a mudança terá no Brasil.
Em nota enviada pela assessoria de imprensa no Brasil, a Netflix afirmou que "os assinantes nos Estados Unidos terão acesso aos filmes da Disney no serviço até o final de 2019, incluindo todos os novos filmes que estrearão nos cinemas até o final de 2018. Continuamos a fazer negócios com a Walt Disney Company globalmente em muitas frentes, incluindo o nosso relacionamento com a Marvel TV, em andamento".
O plano dos estúdios Disney é lançar sua plataforma com as estreias do quarto filme da franquia Toy Story, a continuação de Frozen e a versão com atores de O Rei Leão, todos previstos para daqui a dois anos.
Além de filmes, ESPN também entra na jogada
O contrato com a Netflix havia sido firmado em 2012, antes de o serviço atingir a popularidade que tem hoje. No entanto, a concorrência com a plataforma não foi o principal motivo da decisão da Disney. Os estúdios também são donos dos canais de esportes ESPN, que têm registrado queda significativa no número de assinantes ano a ano. Segundo afirmou Bob Iger, presidente dos estúdios, esse fator foi determinante na ideia de criar uma plataforma própria. Também por isso, a ESPN terá sua própria plataforma lançada antes – até o início de 2018.
Pensando nessa nova estratégia de distribuição de conteúdo, o grupo Disney já havia comprado parte da BAMTech, empresa de tecnologia de streaming da MLBAM, a companhia de internet lançada pela Major League Baseball americana. Recentemente, os estúdios tornaram-se sócios majoritários. Será a BAMTech que dará suporte tecnológico aos novos produtos. Segundo o site do The Hollywood Reporter, a Disney teria investido US$ 1,58 bilhão para adquirir mais 42% da BAMTech.