E se os deuses antigos fossem para os Estados Unidos? Como iriam se manter relevantes? É desta premissa que parte American Gods, série que está sendo lançada no Brasil nesta segunda-feira pelo serviço de streaming Amazon Prime Video, um dia após a estreia nos Estados Unidos pelo canal Starz.
Adaptação do romance Deuses Americanos, do escritor britânico Neil Gaiman – autor da icônica HQ Sandman –, o livro foi levado para a TV pela dupla de showrunners Michael Green (que atuou na produção de Heróis e assinou os roteiros de Logan, Alien: Covenant e Blade Runner2049) e Bryan Fuller (que traz a American Gods o visual caprichado de sua produção anterior, a série Hannibal).
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Gaiman também supervisionou de perto o projeto. Combinando fantasia, humor negro e ação, a trama de American Gods acompanha Shadow Moon (Ricky Whitle), um ex-presidiário que é solto após sua mulher Laura (Emily Browning) morrer em um acidente de carro. Durante o voo para o funeral, ele é convidado pelo enigmático Mr. Wednesday (Ian McShane) para ser seu guarda-costas enquanto viaja pelos Estados Unidos para recrutar deuses antigos para batalhar pelo espaço perdido para as novas divindades – como a mídia (Gillian Anderson) e a tecnologia (Bruce Langley).
Para existirem, os deuses dependem muito da adoração dos humanos.
– É uma história bonita de amor entre Shadow e Laura. É uma história divertida de amigos entre Wednesday e Shadow e uma guerra entre deuses novos e velhos. É um show sobre imigração, religião, racismo, armas, homofobia. Tem de tudo para todo mundo – define Ricky Whitle, em conversa por telefone com Zero Hora.
Na entrevista a seguir, o ator britânico, revelado na série The 100, falou sobre as expectativas para American Gods.
Há muita expectativa com a adaptação de American Gods. Você sente alguma pressão?
Quando nós começamos o show, senti uma certa pressão, porque o livro tem 16 anos, e desde então os fãs querem uma adaptação para TV ou cinema. Mas então o elenco da série foi se fortalecendo, com nomes como Ian MacShane, Gillian Anderson, Crispin Glover e Peter Stormare. O show foi ficando cada vez mais forte, e os fãs ficaram animados. Quando o trailer foi divulgado na Comic Con de San Diego, eles amaram como ficou.
Com este elenco combinado com a incrível mente de Neil Gaiman, Bryan Fuller e Michael Green, fiquei ainda mais animado, a pressão amenizou e eu agora estou ansioso por mostrar esta série para o mundo, pois tenho certeza que vão amar. Há publicações na web que avaliam que American Gods pode ser a adaptação mais ambiciosa de um livro para a TV desde Game of Thrones, como aponta uma matéria da Esquire.
Você concorda?
Sim. Eu não acho que o show poderia ser feito antes de agora. Por causa dos elementos fantásticos. Eu acho que os efeitos especiais que estamos habilitados a criar agora são muito importantes. É uma maneira de imergir na história. São importantes para a jornada. Mas também, infelizmente, nós vivemos na América de Donald Trump. O show acaba sendo incrivelmente correto por sua história estar em um livro de 2001. Neil Gaiman estava à frente de seu tempo ao falar da evolução da tecnologia, mídia, celebridades, mas também de religião, imigração, sexismo. O show se torna muito correto e mais conveniente agora do que nunca.
Você já tinha lido a obra de Neil Gaiman antes?
Eu não havia lido nada de Neil Gaiman. Eu comecei a ler Deuses Americanos durante os testes para a série, mas Bryan Fuller e Michael Green me fizeram parar de ler o livro porque eles queriam que eu fizesse mais que o personagem da obra. No livro, ele é bem quieto, bastante estoico. Como não sei como Shadow Moon se parece, tentei adicionar mais cor e carisma, além de níveis de camadas no personagem para a TV.
O que será novo na série em comparação com o livro?
Tudo no livro estará na série. Os fãs poderão ver seus momentos favoritos na TV. Mas na atração nós expandimos os personagens, ficando bem mais complexos. Personagens como Mad Sweeney e Laura são bem esporádicos na obra. Mad Sweeney só aparece duas vezes no livro todo, enquanto na série você verá a jornada dele que não está no livro.
Nós acompanhamos Laura quando ela morre e volta à vida. Veremos mais histórias secundárias. Nós também teremos novos personagens, como Vulcan e Cook como Robbie Burton. Então, há muita coisa nova na série que não tem no livro.