Durante três meses, Fernanda Lima levantou temas ligados ao atual momento brasileiro em Amor & Sexo. Nesta quinta-feira, será exibido o último episódio desta temporada do programa (RBS TV, após BBB 17), que "teve como missão aprofundar assuntos e tocar em algumas feridas", segundo a apresentadora.
No programa que será exibido nesta noite, o elenco fará uma retrospectiva dos melhores momentos. Na lista de situações apresentadas estão Rodrigo Hilbert, marido de Fernanda, de drag queen, e as múltiplas formas de nudez exibidas.
– Acho que não existe no Brasil um programa que contribua tanto para fazer as pessoas pensarem e viverem melhor. As pessoas, aos poucos, estão percebendo que a nudez é uma coisa natural – pondera a sexóloga Regina Navarro Lins, uma das integrantes fixas da atração.
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Machismo, diversidade, empoderamento feminino. O que não faltou foi assunto – e polêmicas. Todos com grande repercussão nas redes sociais.
– A gente precisou falar sobre isso ao longo das temporadas, discutindo mentalidades e comportamentos, reclamando liberdade e respeito. Combatendo opressões e injustiças, disponibilizando o espaço que temos para representar, ocupar e dar voz a todas e todos que acreditam em uma sociedade que respeita a diversidade e a igualdade de direitos de todos os humanos – resume Fernanda Lima.
Na entrevista a seguir, a gaúcha de 39 anos fala sobre a atração e a possibilidade de novas temporadas.
A temporada passada do Amor & Sexo seria a última. Por que vocês mudaram de ideia?
O público pediu, e a gente não aguentou. Na verdade, percebemos que, mesmo que os temas se repitam, ainda tem muita coisa para falar. Posso dizer que a gente tem se aprofundado nos assuntos, sem deixar de se divertir. Se conseguir tocar o coração de uma pessoa, mudar a estrutura de uma família que seja, já é maravilhoso. Amor & Sexo é um programa que mexe com famílias inteiras.
Como é para você ver a repercussão do programa?
A cada temporada, acho que vai ser melhor, que vai ter um aprimoramento da gente como equipe. Estou muito satisfeita com esta temporada, muito feliz com o que a gente conseguiu, com as músicas costurando todo o programa e poder falar, mais uma vez, de assuntos que consideramos muito relevantes. E, por incrível que pareça, a cada ano, surgem mais temas que precisam ser debatidos.
Como é o processo de pensar a temática de cada programa?
Em junho, já estávamos pensando em tudo, no que a gente queria falar e como abordaríamos os assuntos. Durante três meses nos dedicamos à elaboração de ideias e roteiro. Fazer parte de um roteiro é um drama (risos). Somos cinco cabeças pensando parecido e vamos buscando referências, pesquisando, remoendo os temas.
Nos meses finais, antes da gravação, faço aulas de canto, balé, reforço para a coluna e todas as preparações corporais possíveis. É quase uma preparação de atleta, para poder ensaiar as coreografias, colocar voz nas músicas etc. Aí começamos também a fechar os programas de fato, fazendo com que 50 páginas virem 20, por exemplo.
Esta temporada foi muito musical. Qual a importância da música no contexto final da atração?
A música é fundamental, dá a cara do Amor & Sexo. A gente acredita que a música costura muito bem o programa. Temos o compromisso de aliar informação e música. Além de divertido, o Amor & Sexo propôs momentos de reflexão, como ao falar sobre feminismo, machismo etc.
Que mensagens vocês quiseram passar?
Não tem como fingir que as coisas não estão acontecendo. Não temos a intenção de fazer graça o tempo todo. Até porque a situação atual não é engraçada. Alguns temas incomodaram, mas falamos deles. O importante é pontuar as coisas com amor. Colocamos o amor na enfermaria e tentamos entender por que as pessoas têm tanto medo de se entregar.
Estão previstas novas temporadas do programa? Quais são seus próximos projetos?
Isso só o tempo vai dizer. Há alguns projetos em vista, mas também não posso falar nada por enquanto.