ALERTA DE SPOILER: se você ainda não viu o primeiro episódio da sétima temporada de The walking dead e não quer saber o que aconteceu pare de ler por aqui!
Alguém aí já está recuperado da estreia da sétima temporada de The walking dead? Com esforço (e algumas lágrimas), posso dizer que sobrevivi. Mas foi um soco no estômago. Mortes violentas de personagens queridos e sequências com demonstrações extremas de sadismo deram o tom sombrio de um episódio que já pode ser definido como histórico dentro da saga TWD.
O episódio já começou certeiro nos primeiros minutos: sem enrolação, realmente partiu da cena final da última temporada, com Negan (Jeffrey Dean Morgan) e seu bastão de beisebol, Lucille, escolhendo quem seria a vítima. Rick Grimes (Andrew Lincoln) e seu grupo estavam ajoelhados ali, prontos para o abate, mas torcendo que alguém – como sempre aconteceu até agora na história – aparecesse de forma inusitada para ser o salvador da pátria. Mas não aconteceu. A trama buscou ser verossímil, próxima da realidade: às vezes, situações realmente dão errado da pior forma possível. Em poucos minutos, vimos a cabeça de Abraham (Michael Cudlitz) sendo literalmente destroçada por Negan, até virar uma gosma vermelha no chão. E que cena bem feita: Greg Nicotero e a equipe de maquiagem e efeitos especial está afiadíssima, crescendo cada vez mais em qualidade.
Depois, foi a vez de assistirmos a Negan ser "justo", já que Daryl (Norman Reedus) não aguentou a agonia de espectador e partiu para cima do vilão. A justiça do personagem mais terrível de todos os tempos em TWD é esmagar a cabeça de mais um dos personagens – agora, Glenn (Steven Yeun). Talvez esse tenha sido o momento em que os corações dos fãs pararam. Sem hesitar, Negan começa a bater no crânio do namorado da grávida Maggie (Lauren Cohan) – que estava ali, observando tudo atônita. O olho saltado, as últimas palavras, tudo impressionantemente perfeito nesse enredo aterrorizante.
Tudo ia de mal a pior, dois já tinham morrido. Resignação era o sentimento que já começava a brotar, de forma lenta – tanto nos personagens quanto nos fãs. O problema é que Negan ainda não tinha terminado. Ele é um líder diferente, de personalidade desconhecida até agora na história apocalíptica. O vilão não enclausura, não quer prisioneiros enraivecidos. Quer seguidores subjugados pelo medo. Algo que o grupo de sobreviventes ainda não tinha experimentado – e o gosto foi amargo.
Rick promete Negan de morte ali, na frente de todos. Enfurecido com a audácia, o vilão tem um momento a sós com o policial. E o olhar de Rick ainda não é de alguém que teme, o que faz o líder dos Salvadores propor um desafio terrível: ou corta o braço do próprio filho ou todos os seus amigos morrem. Se alguém ainda não tinha embrulhado o estômago, havia chegado o momento. Os mais assustadores segundos da série se sucederam na tela. Quando Rick estava humilhado, implorando pela vida do filho, com olhos cheio de lágrimas, a concepção dele sobre o novo vilão mudou. Era isso que Negan queria. O show de horror tinha acabado.
O policial não chega a cortar o braço do filho, ninguém mais morre e os Salvadores vão embora. Rick e seus parceiros tentam se recompor, assim como os fãs, mas é quase impossível seguir em frente. Não foi preciso mutilar Carl (Chandler Riggs) para deixar a mensagem clara, pois o recado foi dado, em alto e bom som: bem-vindos à Era Negan.
Veja uma cena prévia do próximo episódio: