No último sábado, 18, Xuxa Meneghel usou seu perfil no Instagram para criticar falas homofóbicas de personalidades religiosas. A apresentadora publicou o vídeo que mostra trechos de cantores e líderes religiosos discursando contra a comunidade LGBT+. Nesse compilado, ela trouxe a entrevista de Bruna Karla para o podcast de Karina Bacchi, em que a cantora gospel se posicionou contra casamentos homoafetivos.
A loira afirmou que está indignada com os discursos e por ver que existem pessoas que apoiam esse pensamento.
"Eu vi e li as mensagens de algumas pessoas. 80% estavam bem indignadas com esse vídeo e algumas, por incrível que pareça, concordavam com as palavras dessas pessoas. Queria deixar meu repúdio e desprezo por qualquer tipo de discriminação, preconceito e homofobia que possa existir no mundo, em nome de Deus", disse.
"A bíblia sofreu algumas mudanças que só me faz ter a certeza que o que realmente Jesus falou é: 'amar ao próximo como a ti mesmo!'. Se Deus é amor, onde tem amor nas palavras dessas pessoas do vídeo? Se Deus é o caminho, o ódio que essas pessoas pregam leva aonde?", continuou Xuxa.
Por fim, a apresentadora trouxe a legenda da publicação de Hermes Carvalho Fernandes, psicólogo, teólogo e bispo de uma igreja, que pediu para que seus seguidores e cristãos não confundissem "discurso homofóbico com Evangelho".
"Um segrega, o outro acolhe. Um empurra para o abismo, o outro resgata. Um retroalimenta o ciclo do ódio, da violência, do bullying, o outro promove a empatia. Um encoraja a hipocrisia, o outro, a autenticidade", escreveu Hermes Carvalho.
Além de Xuxa, outros artistas já se posicionaram sobre a fala de Bruna Karla. Quando a cantora gospel deu uma entrevista para o podcast de Karina Bacchi, ela revelou ter recusado cantar no casamento de um amigo por causa da orientação sexual dele.
Bruna não aceitou o convite por se tratar de um casamento entre pessoas do mesmo sexo. A cantora ainda aconselhou o rapaz a se relacionar com "uma mulher cheia do poder de Deus", justificando que ao se casar com outro homem, o rapaz estaria "escolhendo o caminho da morte eterna". No Twitter, Anitta repudiou as falas de Bruna Karla e afirmou "não ter paciência" para este tipo de comentário.
"Não me mande respeitar alguém que não respeita os outros. ... Se você não me respeita, eu não te respeito de volta. E um beijo. Porque na minha religião e na minha cultura pode ter gay, travesti, trans, mulher com mulher... E aí, tá respeitando a minha? Não, não tenho paciência. Não existe religião, cultura ou bíblia que possa dizer para um ser humano que Deus está te pedindo para repudiar os outros dessa maneira", escreveu.
Camilla de Lucas também falou sobre o assunto e demonstrou estar assustada sobre como o fanatismo religioso age.
"Gente, estou horrorizada. O fanatismo de vocês pode matar pessoas. Vocês não se dão conta disso? Querem falar da bíblia, que o povo vai para o inferno, mas então vocês vão junto por não respeitarem o próximo. Cada um pode viver sua religião, sem obrigar o próximo a viver também", escreveu.
Gil do Vigor também comentou sobre o assunto em resposta a um tuíte de Camilla de Lucas: "Amiga, você falou tudo! É muito complicado e sabe o que mais? Queria que estes irmãos viessem debater a bíblia comigo para que eles entendam que o princípio do amor e respeito foi decretado por Cristo como o maior de todos os mandamentos".
Em outro comentário no Twitter, o economista citou o apóstolo João para rebater Bruna Karla. "De fato, quando Jesus aparecer, alguém irá se envergonhar e não é seu amigo gay, mas sim você por sua atitude preconceituosa! João 14 fala que Deus nos chama de amigos e a palavra amigo é forte demais para ser sustentada com base no preconceito e falta de amor ao próximo", escreveu.
Ludmilla compartilhou o trecho da entrevista de Bruna Karla e disse que falas como a da cantora gospel a deixam "revoltada". "Esse é o tipo de discurso que me embrulha o estômago e me deixa revoltada. Pessoas como ela, que se dizem 'porta-voz' de Deus, descartam e fazem mal às pessoas o tempo inteiro pelo simples fato de elas serem quem elas são."
"Quantos de nós vamos precisar morrer gritando que isso não é uma escolha?! Mais quanto tempo vamos precisar sofrer pelo direito de amar? Amor ao próximo? Que próximo? Respeito? Pra quem? Chega de ódio. Chega de homofobia. Chega de transfobia. Nós imploramos. Chega", finalizou a cantora.
O cantor Jão também falou sobre o assunto e descreveu as falas de Bruna Karla como um ato "muito criminoso". "O discurso dessa cantora gospel em um podcast é muito criminoso. Não dá pra ficar no 'ah, é só ignorar, é a religião dela ', porque essa fala enlouquece e mata muita gente que começa a se odiar. É uma homofobia escancarada e deveria ser passível de processo", escreveu.