Aos pés do monumento do Cristo Redentor, no Rio de Janeiro, foi celebrada, na noite desta terça-feira (11), a missa de sétimo dia do ator Paulo Gustavo, que morreu na última terça (4) aos 42 anos, vítima de covid-19. A cerimônia foi restrita a cerca de 60 pessoas, entre amigos e familiares do ator. A celebração coube a três padres: Omar Raposo, reitor do Santuário do Cristo Redentor, Jorjão, da Paróquia Nossa Senhora da Paz, em Ipanema, e João Damasceno.
O viúvo de Paulo, Thales Bretas, a mãe do ator, Déa Lúcia, o pai, Júlio Barros, e a irmã, Ju Amaral, ocuparam a primeira fila. As atrizes Heloísa Perissé, Regina Casé e Samantha Schmütz e a diretora Susana Garcia foram algumas das personalidades presentes.
A mãe do ator, Déa, cantou Fascinação em homenagem ao filho. O viúvo Thales Bretas discursou, entre lágrimas:
— Nossas diferenças eram muitas, o que me fez pensar a princípio que o nosso namoro era improvável. Ele Beyoncé, eu Marisa Monte. Ele barulho, eu silêncio. Ele fala, eu escuta. Ele agito, eu serenidade. Mas com o tempo, vi que essas diferenças só se somavam, e com isso cada um de nós se tornava uma pessoa melhor — afirmou.
— O amor é transformador, e o nosso alcançou milhares de famílias com o exemplo de tolerância, respeito e união. Que sorte a minha viver um amor tão lindo, verdadeiro e correspondido, mesmo que por pouco tempo. Tínhamos tantos planos para tantos anos, acho que é para além dessa nossa encarnação — concluiu.
O padre Jorjão relembrou com humor uma ocasião em que estava celebrando missa na paróquia Nossa Senhora da Paz, em Ipanema, e uma falha no sistema de som fez com que a igreja fosse tomada pelo voz do teatro vizinho, onde um ator iniciante — Paulo Gustavo — atuava em Minha Mãe é uma Peça.
— Nem eu consegui resistir, dei risada — contou. — Na semana seguinte, nem o sacristão foi à missa. Todo mundo quis ir ver a peça — divertiu-se.