O ator Thiago Lacerda participou, na tarde desta sexta-feira (18), do programa Gaúcha+, da Rádio Gaúcha, e comentou sua relação com o Rio Grande do Sul. Segundo ele, a aproximação com o Estado ocorreu por conta de trabalhos que o trouxeram para a região.
— Através das personagens, através das pessoas. Eu comecei a ir muito para o Rio Grande com trabalhos, desenvolvendo a minha carreira. Eu fiz um filme, depois fiz uma série pra TV, e fiz outra, o Garibaldi, o Capitão Rodrigo, são personagens muitos simbólicos e significativos — relembra o ator, ressaltando que antes mesmo já havia construído uma afinidade com o Estado por conta de amigos.
O artista ainda comentou sobre a importância de conhecer a história do país, principalmente a do Rio Grande do Sul, ao relembrar o primeiro filme que gravou em solo gaúcho, A Paixão de Jacobina (2002).
— É uma história impressionante que surpreendentemente o Brasil conhece muito pouco. É a história de pessoas que têm uma importância muito grande na colonização alemã, toda a cultura da tradição alemã a partir da imigração... Precisamos conhecer um pouco mais a história do Brasil. O filme foi uma primeira descoberta a respeito da literatura gaúcha.
Em tom divertido, Lacerda comentou que adquiriu hábitos dos gaúchos com o tempo. Segundo ele, sua rotina costuma conversar com a cultura da Fronteira.
— Ainda ontem eu estava de poncho aqui na Serra. Eu estou na Serra do Rio, e aqui a temperatura é, digamos, um pouco mais humana, e a gente consegue sentir um pouquinho de frio — brincou. — Poncho, mate, de vez em quando eu me pego cantando o hino... Mas a relação com o assado, a relação com a culinária de fronteira, com a tradição tropeira... Eu faço fogo aqui em casa todos os dias. Então, tem uma conexão importante no meu dia a dia, coisas que eu adquiri com o contato com o Rio Grande do Sul.
O ator ainda falou sobre a arte para os cidadãos, e ressaltou que a cultura é uma parte importante na formação humana junto da educação.
— A arte, na minha opinião, é um aspecto importante de uma estrutura maior que é a educação. Todo esse horror que estamos vivendo (...) passa pelos nossos equívocos a respeito da educação. Não dá para entender a educação ampla sem imaginar o esporte e a cultura como braços fundamentais desta estrutura.
Lacerda também lembrou do papel da cultura durante o período de isolamento:
— A pandemia evidencia a companhia que a arte é. A maneira como a arte convoca a gente para mergulhar dentro de quem nós somos e refletir sobre a maneira como a gente entende o mundo, a vida, as questões que nos sustentam como sociedade, respeito, amor, ética. De uma certa maneira me parece que a essência fundamental do artista é se conectar com as pessoas, a gente vive do humano.
Lacerda está concorrendo à premiação do Festival de Cinema de Gramado, que inicia sua programação nesta sexta-feira (18), pelo filme Um Animal Amarelo. Na edição passada, o ator participou do júri do Festival.