Em trinta minutos de conversa, Luciano Camargo falou sobre a mobilização para reunir os antigos parceiros, novamente, sobre o extenso repertório, sobre o show deste sábado, Amigos - 20 Anos A História Continua e se mostrou orgulhoso por ser referência para a nova geração, que ele elogia muito, aliás. Confira!
Como é a logística para organizar esse show e conciliar agendas de artistas consagrados como vocês?
Hoje, é mais fácil. Por mais que a nossa agenda seja cheia, hoje, a realidade é diferente da realidade da década de 1990, quando você saía (para fazer shows) numa quarta-feira e voltava no domingo. Hoje, a gente consegue se programar mais. No palco, a gente colocou três integrantes de cada uma das bandas, pois a ideia era levar um pouco da essência de cada dupla para o projeto. Inicialmente, só a banda ensaiou e, depois, nós marcamos três ensaios com as duplas e com o Leonardo em um estúdio, em São Paulo.
Com um repertório gigantesco à disposição, como escolher as faixas?
Foi o mais complicado, claro. Era uma coisa "coloca essa (música), resgata aquela" e, ainda por cima, tinha que ter as músicas que fizeram parte do Amigos dos anos 90. Mas, graças a Deus, todos os artistas têm hits para fazer três shows numa mesma noite. Mas estamos nos divertindo muito, desde quando falamos "vamos voltar". E estamos cantando aquilo que a gente realmente quer cantar e cantando com os Amigos aquelas faixas que eles queriam cantar com a gente.
Isso é interessante: quando o Chitão estava escolhendo alguma música, eu dizia: "ó, essa você não pode deixar de fora". Ali, somos artistas, mas fãs também. Quando o Chitão tá cantando, eu estou lá, no cantinho, vendo, admirando. São artistas que são fãs um do outro.
Como é a conexão de vocês e como vocês se completam no palco?
No show, colocamos o DNA de cada um, o DNA das três duplas. E eu sempre falo em três duplas, porque sempre falo do Leandro, sempre incluo ele, não tem como não falar dele. Mas, voltando, se você pensar, a temática de todos nós é falar de amor. Então, quando você coloca artistas, no palco, que falam de amor, fica fácil. Se Chitão & Xororó improvisarem qualquer música deles no palco, eu vou cantar, pois sei todo o repertório deles. Estamos levando para o público o que o público ama das três duplas.
Ouvindo versões originais de vocês, dos anos 90, é possível notar que são bem mais lentas, mais sossegadas. Como adaptar essas faixas para os dias de hoje, quando todos os shows têm grandes produções e mesmo as canções mais românticas estão mais aceleradas?
Na década de 90, não tinha essa tecnologia toda. Então, era mais difícil fazer um espetáculo. Mas a produção era muito grande, o palco de 1995 era maior que o de hoje, inclusive, em extensão. Hoje, é mais fácil fazer esse tipo show, por causa da tecnologia. A tecnologia do (show do) Amigos é a mesma do nosso dia a dia, a diferença é que o Amigos tem uma produção monstruosa. Quem vai assistir, sabe que vai assistir um espetáculo de nível mundial e o Brasil está fazendo isso muito bem.
Quando vocês estouraram, vocês tinham como referências grandes artistas sertanejos. Hoje, vocês são as referências para as novas gerações. Qual é teu sentimento sobre isso?
Nesta semana, eu tava gravando (o programa) Altas Horas, com a Claudia Leitte, Naiara Azevedo, Léo Santana e Reynaldo Gianecchini. E cada um deles, em algum momento, nos citou como referência. Mas, se você pensar, pela nossa idade, é natural que a gente seja referência. O Luan Santana, por exemplo, tem de idade o que eu tenho de carreira.
Quando um cara como Gusttavo Lima, que é referência hoje em grandes eventos, diz que a gente é referência para ele, fico feliz, envaidecido e isso me traz uma grande responsabilidade. Se ele (diz) aprendeu com a gente, ele aprendeu e faz muito bem. Eles serão referências, com certeza daqui alguns anos. O que tem hoje de menino imitando Luan e Gusttavo...
Eles serão referências de amanhã. e que bom que serão referências boas.
Dentre os integrantes do Amigos, tu, notadamente, foi um cara que ganhou mais protagonismo de 20 anos pra cá. Como tu enxergas isso?
Quando o Amigos surgiu, eu era um moleque. Cheguei na música com 17 anos. Quando eu cheguei no Amigos, tinha 21. Quando eu surgi, não era normal que o (músico que faz a segunda voz, caso de Luciano), fizesse o solo de alguma música. E o Zezé queria muito que eu fizesse.
Todos nós crescemos muito, mas tive a chance de crescer como homem
Quando eu surgi, era só um artista. eu via as coisas com olhos de artista. Hoje, não, sou um cara de 47 anos, que sabe da importância de cantar com esses caras, da chance de ouro que eu tive, pois eu cheguei menino (na dupla). Todos eles ralaram para caramba. eles têm uma história antes do sucesso. Eu não tenho uma história antes do sucesso, eu cheguei e virei sucesso. Acho que o meu crescimento como gente foi muito grande. Por ter tido esse meu crescimento, mostrei esse meu crescimento em cima do palco.