A prefeitura de São Leopoldo trabalha na retirada dos escombros da parte da Casa do Imigrante, no bairro Feitoria, que desabou na manhã desta terça-feira (5). Nesta tarde, equipes da Secretaria Municipal de Obras recolhem pedaços de telhas e de material de construção que caíram sobre a calçada e parte da Avenida Feitoria, um dos principais acessos de ligação entre o bairro e o Centro. O imóvel é patrimônio cultural do Rio Grande do Sul e um dos principais símbolos da imigração alemã na região. Foi nesta casa que os primeiros imigrantes foram acolhidos quando chegaram ao Estado vindos de Hamburgo, na Alemanha, em 1824.
De acordo com o secretário de Cultura de São Leopoldo, Pedro Vasconcellos, será necessário buscar recursos para a reconstrução.
— Tínhamos um projeto pronto para a restauração, aprovado pelo Ministério da Cultura em 2017, mas não conseguimos captar recursos. Agora, teremos que fazer um novo projeto — detalha, ao frisar que a recuperação depende de esforços conjuntos entre prefeitura, iniciativa privada e governos estadual e federal.
— Não vejo outra saída a não ser nos unirmos — completa.
Fechada para visitação desde 2014 por problemas estruturais, a Casa do Imigrante é mantida pelo Museu Visconde de São Leopoldo. Conforme o diretor Cássio Tagliari, escoras seriam colocadas no imóvel na próxima semana.
— Infelizmente, não deu tempo — lamenta.
A restauração do espaço estava orçada em cerca de R$ 700 mil, que poderiam ser captados por meio da Lei Rouanet.
— Essa casa é uma das mais antigas do Estado, tem uma importância muito grande para a história da imigração alemã. Foi aqui a primeira cerimônia religiosa não-católica do Rio Grande do Sul — explica.
Nesta quarta-feira (6), uma equipe do Instituto do Patrimônio Histórico do Estado (IPHAE) fará uma visita técnica para avaliar os estragos. O acervo do local já havia sido transferido desde 2014 devido aos riscos.