Estudantes, funcionários, pesquisadores e a direção do Museu Nacional tentavam reagir ao pesadelo da destruição pelo fogo do palacete imperial. Duzentos anos de história foram consumidos no domingo na Quinta da Boa Vista no Rio.
A estimativa era de que o Museu tinha cerca de 20 milhões de itens — um acervo de história natural considerado o maior da América Latina. O diretor do Museu, Alexander Kellner, fez um apelo por iniciativa nesta segunda-feira:
— Só chorar não adianta. É necessário que todos os envolvidos, particularmente o Governo federal, que tem os recursos necessários, ajude o Museu Nacional a recompor a sua História. Já perdemos parte do acervo… Que não façam que o Brasil perca a sua História.
Kellner deseja que o Orçamento da União de 2019 destine verba para a reformulação do prédio incendiado.
De acordo com ele e o reitor da UFRJ, Roberto Leher, o tombamento histórico do museu impedia algumas adaptações e não era suficiente para atrair investimento do Governo.
— Nós temos um problema muito grave em relação aos prédios tombados pelo patrimônio histórico e dos nossos museus porque não existe nenhuma linha de financiamento do Ministério da Educação. — declarou Roberto Leher.
Funcionários do museu acreditam que uma pequena parte do acervo pode ter sobrevivido, principalmente o que estava no primeiro andar. Mas esse acervo, de acordo com o funcionário Gustavo Lourenço, não deve passar de 1 por cento.