Duas semanas depois de o evento Noite dos Museus ter voltado a levar milhares de pessoas a centros culturais de Porto Alegre, a Casa de Cultura Mario Quintana (CCMQ) foi sede de mais uma iniciativa para incentivar a ocupação de lugares públicos à noite. A primeira edição do projeto Casa Expandida ocorreu neste sábado (2), deixando o conhecido ponto no Centro Histórico com as portas abertas até a meia-noite.
Além da proximidade de bares e restaurantes na Rua dos Andradas, quem compareceu ao evento pôde contar com cafés e lojas abertas na CCMQ até mais tarde. Muitos aproveitaram para explorar espaços como o Jardim Lutzenberger e conferir as exposições do Instituto Estadual de Artes Visuais (IEAVi) e do Museu de Arte Contemporânea, além do Acervo Elis Regina e o Quarto do Poeta.
Quando ficaram sabendo do evento, os estudantes Caroline Modica e Eduardo Favaretto resolveram pedalar até o Centro. Chegaram ainda cedo, por volta das 18h, quando havia apenas algumas dezenas de pessoas no local. Mas ambos exaltaram a iniciativa, declarando que gostariam de ver mais espaços públicos abertos à noite na Capital, especialmente nos fins de semana.
— É excelente a ideia. Deveríamos ter mais lugares culturais abertos à visitação assim. É difícil a gente conseguir horário nos dias de semana — explica Caroline.
A oferta de cervejas artesanais e a presença de um food truck agradaram os visitantes, mas a grande atração da noite fora dos palcos foi o quentão. Na noite fria em Porto Alegre — cerca de 15ºC às 19h, caindo para aproximadamente 11ºC às 22h —, poucos resistiam ao cheiro da bebida.
— Está saindo muito mais do que imaginei! Vendi 80 litros em uma hora, saí para comprar ingredientes para mais cem litros — afirmou, animado, Carlos Alberto da Silva, que já havia faturado com a venda de cervejas no Estádio Beira-Rio horas antes.
Com copos de quentão na mão, o casal Kelly Bueno e Henrique Fontoura visitava o Jardim Lutzenberger contente em ver a Casa de Cultura tão movimentada. Eles elogiaram a iluminação e a segurança do local, aproveitando para sugerir que o evento fosse realizado mais vezes. O que deve mesmo acontecer: o objetivo do diretor da CCMQ, Jessé Oliveira, que idealizou o Casa Expandida, é que o projeto se repita no primeiro sábado de cada mês.
Há três meses no Brasil, o polonês Fryderyk Bocer também elogiou a iniciativa. Definindo-se como um notívago, Bocer afirmou que, como ele, há muitos que gostariam de ver mais espaços culturais abertos após o pôr do sol.
— Olha quanta gente veio prestigiar esse evento. É a prova de que público não falta. É só oferecer opções.