A segunda noite dos desfiles do Grupo Especial do Carnaval de São Paulo teve mais sete escolas que passaram pelo Anhembi entre o sábado e a madrugada deste domingo (11). A X-9 Paulistana abriu o desfile às 22h30min. Logo depois foi a vez da Império da Casa Verde.
A terceira escola a desfilar foi a Mocidade Alegre, que possui dez títulos. A escola homenageou Alcione. Já a Vai-Vai, que mantém o maior número de conquistas no Carnaval paulistano, com 15 vitórias, homenageou Gilberto Gil. Confira os destaques:
X-9 Paulistana
Campeã do Grupo de Acesso no ano passado, a X-9 Paulistana abriu o segundo dia de desfiles levando ditados populares para a avenida em um samba que pegou e animou o Sambódromo do Anhembi.
O "presente de grego" representado pela comissão de frente, que levou para a avenida o "cavalo de Troia", deu início à série de provérbios que permearam todo o samba-enredo "A voz do samba é a voz de Deus. Depois da tempestade vem a bonança".
Um dos destaques da escola foi a bateria "Pulsação Nota Mil", comandada pelos mestres Fabio Américo e Kito. Durante o desfile, os ritmistas da ala "Um por todos e todos por um" fizeram a tradicional bossa, mudando o ritmo da batida, imitaram os batimentos do coração e levantaram o público.
— Esse foi o ano em que a plateia mais se empolgou com a gente — disse Daniel Vitro, primeiro mestre sala da X-9.
Império de Casa Verde
Segunda a desfilar no último dia do Grupo Especial de São Paulo, a escola juntou samba e Revolução Francesa e fez uma crítica ao que foi chamado de caos do Brasil. Na comissão de frente um plebeu perdeu a cabeça em uma guilhotina. Logo em seguida, o carro abre-alas representou o luxo da corte francesa.
No último carro, chamado de "Tigre guerreiro: A nobreza do povo", a escola retratou uma festa de plebeus para mostrar a vitória do povo, em uma crítica à corrupção e também às injustiças sociais. O desfile foi considerado um dos mais luxuosos.
Mocidade Alegre
Com uma homenagem para Alcione, a Mocidade Alegre levou para o sambódromo o enredo “A voz marrom que não deixa o samba morrer". A cantora foi responsável pelo grito de guerra logo no começo do desfile. Em seguida, correu para subir no último carro, onde foi o destaque.
Para lembrar a trajetória de Alcione, o desfile levou o repertório da cantora, que completa 70 anos de carreira em 2018. O samba e as fantasias citaram músicas conhecidas na voz da Marrom, como "Não deixe o samba morrer", que serviu de inspiração para o refrão.
Vai-Vai
A quarta escola a desfilar na madrugada deste domingo (11) fez uma homenagem ao cantor Gilberto Gil e deixou o sambódromo como uma das favoritas ao título. O cantor baiano desfilou no último carro, acompanhado da mulher, Flora, e do filho, Bem. Gil conduziu no apito os refrões do samba-enredo para parte dos foliões.
A escola apresentou alas temáticas inspiradas nas músicas de Gilberto Gil, como "Se eu puder falar com Deus" e "Refazenda". Em uma das alas os integrantes representaram a ditadura militar, que obrigou Gil a se exilar em Londres. O samba-enredo também tinha versos do cantor. O desfile da Vai-Vai foi marcado por referências musicais e teve a cantora Grazzi Brasil como a primeira mulher intérprete oficial da escola.
Gaviões da Fiel
Com o samba-enredo, "Na aurora da criação, a profecia tupi... Prosperidade e paz aos mensageiros de Rudá", a Gaviões da Fiel contou a história da cidade de Guarulhos. A escola foi a penúltima a passar pelo sambódromo.
O carro abre-alas representou o "Dilúvio do fogo, a ira de Tupã" e o último mostrou uma profecia cumprida, com Guarulhos cheia de paz e prosperidade. Madrinha de bateria, Sabrina Sato usou uma fantasia formada por uma espinha de peixe. Durante o desfile, a torcida da escola acendeu sinalizadores e muita fumaça cobriu o sambódromo
Dragões da Real
A música sertaneja foi homenageada pelo samba-enredo da Dragões da Real, que iniciou o desfile com o grito "Dragões da Real, sô! Uai!". A escola, que ficou em segundo lugar em 2017, trouxe o samba "Minha música, minha raiz! Abram a porteira para essa gente caipira e feliz!", que conta a história sertaneja através de suas canções mais famosas.
O canto Sérgio Reis participou da comissão de frente, onde interpretava um fazendeiro. Roberta Miranda também desfilou em um dos carros com a faixa "Embaixadora do enredo".
Vila Maria
Sétima e última escola do Grupo Especial a passar pelo Sambódromo Anhembi, a Vila Maria teve logo no começo problemas com o figurino. A porta-bandeira Laís Moreira perdeu a saia, que teve um problema na costura, chegou a desfilar parte do trajeto somente com um short e precisou improvisar com um tecido nas cores da fantasia. Apesar do incidente, Laís foi muito aplaudida pelo público.
A Vila Maria levou para a avenida um samba-enredo em homenagem ao México e a Roberto Bolaños, criador dos personagens Chaves e Chapolin. Em um dos carros desfilaram os personagens de Chaves. Os 280 membros da bateria estavam vestidos de Chaves. A escola também mostrou no desfile o México como "berço das civilizações maia e asteca".