Começaram nesta sexta-feira (9) os desfiles do Grupo Especial do Carnaval de São Paulo. Sete escolas passaram pelo Anhembi ao longo da madrugada.
Entre a noite de sábado e a madrugada de domingo, mais sete escolas passam pela avenida. Confira os destaques da primeira noite:
Independente Tricolor
Em sua estreia no Grupo Especial, a vice-campeã do Grupo de Acesso 2017, trouxe para a avenida as histórias dos filmes de terror. Com o samba enredo "Em cartaz: Luz, Câmera e Terror... Uma produção independente", a escola abusou das personagens de terror do cinema.
No carro abre-alas, a cabeça do Zé do Caixão em seus dedos com unhas cumpridas foi destaque ao lado de como Jason, o Homem da Serra Elétrica, o Palhaço Assassino e os vilões dos filmes Pânico e Jogos Mortais
Unidos do Peruche
A segunda escola a desfilar no Anhembi levou para a avenida uma homenagem aos 80 anos do cantor Martinho da Vila. Os destaques foram a presença do próprio Martinho e seus familiares.
A presença de famosos na avenida - como Leci Brandão e Mart'nália - e na plateia - como o cantor Gilberto Gil - foi o alento ante alguns problemas técnicos durante a performance.
Acadêmicos do Tucuruvi
Pouco mais de um mês depois de um incêndio atingir o barracão da escola e destruir 90% das fantasias, a Acadêmicos do Tucuruvi fez um desfile que superou as expectativas e levantou o público.
Com o tema "Uma noite no Museu", referência a um filme de comédia americana lançado em 2006, a agremiação da zona norte paulistana nem precisava da imunidade concedida pela Liga das Escolas de Samba, que a impediu de ser rebaixada por causa da acidente em janeiro, para espantar qualquer fantasma.
A Tucuruvi trouxe muito brilho em enormes carros alegóricos com personagens da mitologia grega e esqueleto de dinossauro, e uma diversidade de cores nas alas. A energia demonstrada pelos cerca de 2.500 integrantes contagiou o público a ponta de os passistas encerraram o desfile gritando "eu acredito", em referência ao título do Grupo Especial.
Mancha Verde
O samba-enredo "A Amizade, A Mancha Verde Agradece do Fundo do Nosso Quintal" tinha trechos de músicas do grupo, que participou do desfile no último carro alegórico e foi ovacionado pelo público. Mas a música acabou sendo difícil de ser acompanhada por quem ainda não a conhecia.
A torcida organizada também homenageou seu fundador, Moacir Bianchi, morto no ano passado. Um dos carros alegóricos trouxe uma escultura do fundador, com suas características mãos dispostas com dedos esticados.
— Foi um desfile técnico, com poucos erros, e o samba ajudou — resumiu o presidente da escola, Paulo Serdan, o Paulinho.
Acadêmicos do Tatuapé
Atual campeã do carnaval paulistano, a Acadêmicos do Tatuapé levou carros colossais e fantasias ricas em detalhes para a avenida e deixou o sambódromo como forte candidata ao bicampeonato. A escola da zona leste de São Paulo abusou dos adereços de fauna e flora e até arriscou uma batida estilo reggae para homenagear o Maranhão, chamado no samba-enredo de "terra da encantaria".
O investimento em grandes alegorias já apareceu no abre-alas da escola, formado por três carros que ressaltaram as belezas naturais do Estado do Nordeste e a influência dos franceses, que fundaram a capital São Luís no século XVII.
Com alas compactas e fantasias exuberantes, a Acadêmicos do Tatuapé fez um desfile técnico que também conseguiu empolgar o público com paradinhas da bateria e uma batida reggae, estilo musical que nasceu na Jamaica e é muito ouvido pelos maranhenses
Rosas de Ouro
Misturando samba e sertanejo, a Rosas de Ouro levou ao Anhembi as cantoras Maiara e Maraísa para narrar a vida dos caminhoneiros brasileiros. Ellen Rocche, que é um dos destaques da novela O Outro Lado do Paraíso, foi a rainha da bateria. Esta foi sua 11ª participação com esse título. Rita Cadilac também marcou presença no desfile.
As alas trouxeram referências a São Cristóvão e Nossa Senhora Aparecida, santos da Igreja Católica associados à fé dos motoristas de caminhão. Também tinham fantasias que destacavam caveiras e monstros para simbolizar os perigos da estrada e ainda uma ala com mulheres de espartilho e leques, destacando as garotas de programa das rodovias.
Maraísa, dupla de Maiara, se disse emocionada:
— Nunca imaginei que fosse entrar na avenida e o público fosse vir desse jeito.
Tom Maior
Levou à avenida a história da Imperatriz Leopoldina e da escola carioca Imperatriz Leopoldinense. Os carros com animais e flores - representando a paixão de Leopoldina pela fauna e flora do Brasil - foram os destaques.