Se é na guitarra que o rock 'n' roll encontra sua síntese mais óbvia, os instrumentistas que a manejam ganham status de símbolo de um movimento. É o caso de Steve Vai, um dos mais clássicos guitar heros do gênero, que chega a Porto Alegre nesta terça-feira para tocar na íntegra, no Auditório Araújo Vianna, seu álbum de maior sucesso, Passion and Warfare, lançado há 27 anos.
A apresentação faz parte da turnê de comemoração aos 25 anos do álbum, um marco nas gravações de guitarra instrumental, com que Vai está na estrada há mais de dois anos. Na Capital, o show tem a abertura de um guitar hero prodígio: Erick Endres. Para a estrela da noite, um prazer com ponta de esperança:
– Independentemente de o solo de guitarra ser popular na música moderna ou não, ainda há esse movimento underground gigante e poderoso de pessoas que amam a guitarra, amam tocá-la, solar com ela e extrapolar os limites do instrumento.
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Além de tocar Passion and Warfare na íntegra, na ordem e com "o mínimo" de mudanças em relação à gravação, Vai promete uma série de mimos para os fãs: há momentos de improvisação, há espaço para faixas de outros discos e de outros compositores e há um telão – no qual gravações de artistas do calibre de Brian May e Joe Satriani são reproduzidas durante o show, numa espécie de parceria em vídeo.
Confira a entrevista com Steve Vai sobre o show de Passion and Warfare que será apresentado em Porto Alegre nesta terça-feira:
Como você acha que as músicas de Passion and Warfare evoluíram depois de 27 anos?
Eu ainda sou fascinado pelo disco. Não tinha nenhuma expectativa de sucesso com ele, porque a música não era convencional. É algo muito pessoal, e não se encaixava em nenhuma categoria. Não era um disco instrumental de guitarra ou um disco de pop rock tecnológico, então eu não achava que muita gente fosse escutar. No entanto, não ter expectativas me deu liberdade para fazer o que eu quisesse, então eu realmente fiz um disco que soava como eu queria. E tive muita sorte de, quando foi lançado, existir muita gente que gostou. Isso foi ótimo. E eu nunca fiz uma turnê de Passion and Warfare, mas sempre quis tocá-lo inteiro, desde aquela época. Então, quando o aniversário de 25 anos chegou, pensei que era uma boa hora de relançar, remasterizar, lançar bônus e sair em turnê.
O show deve ter sido pensado com carinho, então.
O show é muito dinâmico. Começamos com músicas conhecidas, depois tocamos Passion and Warfare na íntegra e na ordem, e acabamos com algumas outras coisas. Mas o que é um pouco novo para mim é que temos um telão e temos vídeos rolando no show inteiro. Amigos meus gravaram performances e aparecem tocando no telão. Então, você pode me ver tocando com gente como Brian May, Joe Satriani, Joe Petrucci...
Como você trata as composições no show?
Mudamos o mínimo. Para mim, as músicas são do jeito que elas são. Tentamos ser fiéis à versão original e a respeitamos, já que há tanta produção no disco. Mas há porções do show que passeamos pela música e fazemos uma jam.
Depois de 27 anos, é provável que você esteja tocando para uma porção do público que não era nascida na época do disco.
Isso é fascinante! Na maior parte das vezes, os pais apresentaram a minha música para a criança que gostava de guitarra. Há discos que um pai pode tocar para um filho que gosta de guitarra, como Jeff Beck, Joe Satriani, Steve Vai, Ywangee Malmsteem, Van Halen, todos esses guitarristas ótimos. E então, quando eles vêm ao show, são mais novos do que as músicas. Mas as músicas se sobressaem, não parecem antigas ou parte de uma onda.
Seu show vai ser aberto por Erick Endres, um jovem guitar hero de Porto Alegre. Você vê essa cultura da guitarra ainda viva no rock?
Modas vêm e vão, e a guitarra foi muito proeminente na música pop. Mas independente de o solo de guitarra ser popular na música moderna ou não, ainda há esse movimento underground gigante e poderoso de pessoas que amam a guitarra, amam tocá-la, solar com ela e extrapolar os limites do instrumento. Muitos guitarristas jovens vêm fazendo coisas que desafiam a técnica, é impressionante. Porque eles veem o que foi feito antes e partem dali, como eu fiz.
Steve Vai
Passion and Warfare 25th Anniversary Tour
Terça-feira (06), às 21h.
Auditório Araújo Vianna (Avenida Osvaldo Aranha, 685)
Classificação etária: 14 anos
Ingressos a R$ 140 (plateia alta lateral), R$ 160 (plateia alta central), R$ 180 (plateia baixa lateral), R$ 200 (plateia baixa central) e R$ 440 (plateia gold), com desconto de 25% para sócios do Clube do Assinante e acompanhante
Pontos de venda: ingressorapido.com.br; call center (51) 4003-1212; Teatro do Bourbon Country (Túlio de Rose, 80 – sem taxa de conveniência); bilheteria do Auditório Araújo Vianna (somente em dias de apresentação, a partir das 14h); Rua Coberta - Campus II - Universidade Feevale Novo Hamburgo ERS-239, número 2755; Bourbon Shopping Novo Hamburgo - Quiosque (Nações Unidas, 2001); e Agência Brocker Turismo (Gramado – 1845).