Quem nunca pediu mais uma dose de bebida no bar para afogar as mágoas ao terminar um relacionamento? Marília Mendonça já. Várias vezes. E ainda transformou toda essa "sofrência" numa penca de canções que viraram hits no Brasil. Afinal, não tem como não se identificar com uma das letras da cantora sertaneja que já foi apelidada de Adele brasileira e é uma das precursoras do chamado feminejo, o sertanejo cantado pelas mulheres.
Em um meio essencialmente masculino, elas agora viraram protagonistas. Mais precisamente em 2016, quando vimos explodir nas rádios músicas como 50 Reais, de Naiara Azevedo, 10%, de Maiara e Maraísa, Quando o Mel É Bom, de Simone e Simaria, e, claro, Infiel, de Marília Mendonça – a segunda faixa mais tocada no país no ano passado, segundo relatório do Crowley, que monitora a execução nas emissoras.
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No YouTube, a canção mais famosa da goiana também impressiona e contabiliza 363 milhões de views. Mais: a intérprete e compositora de 21 anos deteve a terceira posição entre as top 5 artistas femininas no Spotify Brasil, atrás de nomes como Rihanna e à frente da poderosa Anitta. É de Marília também o quarto lugar entre os álbuns mais ouvidos no serviço de streaming, prova de que não é artista de um hit só.
Embora não faltem superlativos para endossar a dimensão que a carreira da chamada rainha da sofrência ganhou em cerca de dois anos, impressiona também a rapidez e a precocidade com que Marília chegou ao topo das paradas. Ela começou a compor aos 12 anos, quando escreveu Minha Herança ao lado de Frederico, da dupla com João Neto. Antes mesmo de completar 18 anos, já havia escrito sucessos como Cuida Bem Dela, de Henrique & Juliano – esta, em parceria com Maraísa – e Calma, de Jorge & Mateus. Mas foi só em 2015 que Marília gravou seu primeiro trabalho – e começou a despontar como uma das promessas da música nacional.
Pouco mais de um ano depois, já consagrada como uma das principais artistas brasileiras do momento, cantou para 40 mil pessoas na gravação de Realidade, seu segundo DVD, que traz hits como Eu Sei de Cor e De Quem É a Culpa?. É este show que a cantora traz ao Estado no sábado, quando sobe ao palco da Fenac, em Novo Hamburgo. Nem só de chororô se faz o repertório: com direito a covers das colegas sertanejas e até versões de funks, ela apresentará músicas como Alô Porteiro, Como Faz com Ela e Quatro e Quinze, que refletem a pegada empoderada e cheia de humor que tornou o feminejo tão querido por elas – e por eles.
São canções que falam de relacionamentos, mas do ponto de vista feminino. Reafirmam que mulher bebe sim, adora sair por aí e pode (e deve) escolher quem ou quantos caras quer pegar. Marília canta a força das mulheres e o amor próprio. Ela mesma, aliás, não hesita em rebater os padrões de beleza impostos na sociedade. Criticada por conta de seu peso, já respondeu em entrevista:
– O que nóis tem de barriga, tem de dinheiro.
Para quem quiser exorcizar o sofrimento ao som da bem-humorada Marília, esta será a oportunidade.
Marília em números
2,7 bilhões de views no YouTube
363 milhões de views em Infiel, seu principal hit
5,3 milhões de seguidores no Instagram
3 músicas entre as 100 mais tocadas de 2016, sendo que Infiel ocupa a segunda posição
25 shows por mês
3ª artista feminina mais tocada no Spotify Brasil
MARÍLIA MENDONÇA
Neste sábado (17/06), às 22h (abertura da casa às 21h)
Classificação: 14 anos* (até 16, obrigatório autorização dos pais)
Ingressos: R$ 65 (Arena 3º lote), R$ 110 (Arena VIP copo cheio 4º lote), R$ 230 (backstage feminino 3º lote) e R$ 270 (backstage masculino 3º lote). Pontos de venda: Nas lojas RedLar e pelo site blueticket.com.br, sujeitos a cobrança de taxa de conveniência.