Surgido há 17 anos, o Conexão-A, dos bairros São Lucas, Aparecida e Santa Cecília, todos em Viamão, apareceu no cenário do rap com uma forte preocupação social, focado, principalmente, em denunciar injustiças, racismo, violência policial e tentar ajudar jovens de periferia a seguir bons exemplos.
Fundado pelos amigos Ricardo, Gabriel, conhecido como GBL e Everton, o MC Nego Luto, o grupo queria denunciar, por meio de suas letras, a realidade social injusta que o país passava naquele momento.
– E ainda passa, diga-se de passagem – comenta GBL.
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Além de rimas fortes e contundentes e apresentações em eventos do gênero, os integrantes acreditavam que precisavam fazer mais, dentro de um contexto social. Na metade dos anos 2000, trabalharam, como voluntários, no Movimento Nacional de Meninos e Meninas de Rua, com sede em São Paulo.
– Trabalhávamos com oficinas de rap, grafite e com dança. Acreditamos que é um grande caminho para tentar ajudar os guris a não seguirem por caminhos tortuosos. Passamos uma mensagem de alerta, e também positiva, de que existem outros caminhos – explica GBL.
E veio o primeiro disco
Há cerca de dois anos, entrou o quarto integrante do grupo, Negro Moura, que atua como backing vocal. Depois de abrir shows de nomes como Racionais MC's e da Guedes, os músicos começaram a conceber a ideia de lançar o primeiro álbum, para deixar registradas suas ideias. Com um amplo repertório, eles colocaram em prática o sonho no fim de abril deste ano, ao lançarem seu primeiro EP, seis faixas próprias.
Com faixas como Linha de Frente, com uma forte pegada social, que trata de exemplos de líderes comunitários, o linha de frente de sua vila ou bairro, e Choro e Velas, o grupo realizou o sonho.
– Foi uma grande realização levar esse sonho adiante – comemora GBL.
Com contatos fora do Estado, o grupo, que já havia participado da Semana do Hip Hop em Bauru, interior de São Paulo, há alguns anos, se prepara para pegar a estrada novamente. Em outubro, os rappers gaúchos estarão novamente em São Paulo, desta vez, participando de um evento do gênero na cidade de Araraquara.
Pitaco de quem entende
Rafa, do grupo Rafuagi, fala do grupo Conexão-A:
_ O grupo tem música de atitude. Me identifiquei com a mensagem, que traduz, em parte, o caos que vivemos hoje, enquanto sociedade. Batida pesada, trabalho bem mixado e masterizado. Estão de parabéns, merecem atenção de todos os leitores do Diário Gaúcho.