Do Morro Santa Tereza, berço de muitos grupos de samba, pagode e rap, vem a banda de rock Vertz. Fundado em 2013, o grupo surgiu de maneira curiosa: o ex-vocalista, Leandro, que saiu da banda há cerca de três meses, fez uma postagem no Facebook para procurar integrantes.
Assim, conheceu Roger Duarte (bateria) e Slow (baixo), que moram no Morro Santa Tereza, Zenn (guitarra), que vive no Lami, e Mateus (violão), de Santo Antônio da Patrulha.
– A gente sempre brinca que somos ovelhas negras aqui do bairro (risos). Até nossas famílias sempre foram do samba e do pagode, mas nos deram muito apoio e até disponibilizaram espaço para nossos ensaios – afirma Roger.
De novo
Com a saída de Leandro, o grupo recorreu novamente ao Facebook para procurar um novo vocalista. Quem se somou ao projeto dos guris foi João Oliveira, morador do Cristal. Para que esse povo todo se encontre para ensaiar, são necessárias alguma viagens.
– Cada um se vira como dá, mas a gente consegue – explica Roger.
Para a seleção do novo integrante, eles foram rigorosos. Primeiro, exigiram dos candidatos o envio de um vídeo, com interpretações de músicas autorais da banda. Depois, os selecionados eram chamados para um ensaio com o grupo.
– Aí, a gente eliminava quem estava só por diversão. Vários não mandavam o que pedíamos. A gente faz um trabalho autoral e sério – assegura Roger.
Além de investir em canções autorais, os guris da Vertz têm uma preocupação social e ambiental com suas letras. Uma das faixas, I Have a Dream (eu tenho um sonho), faz menção aos ideais de paz de nomes como Chico Mendes e Martin Luther King.Na parte ambiental, eles dão bons exemplos. Os brindes distribuídos pela banda em shows, como um elefante, símbolo da Vertz, são feitos de papel reciclado e cola orgânica.
Os CDs - eles já gravaram o EP A Caminhada do Elefante - são fabricados com embalagens recicláveis.
– As músicas da Vertz falam sobre a vida, sentimentos, amor, motivação, e o sonho de um mundo melhor – finaliza o baterista.
Pitaco de Quem Entende
O produtor artístico Adriano Brasil enche o som do grupo de elogios:
– Há tempos que o rock gaúcho precisa de mais som autoral, renovação e mesclas com o pop. E o mais interessante é que isso está saindo da periferia, como no caso da Vertz. Bom vocalista, afinado, gravação com qualidade. E achei legal o fato de retirar um pouco o estigma que a periferia tem só samba ou pagode. Parabéns, bela banda!
Mostre seu trabalho aqui
– Para falar com a Vertz, ligue para 99207-8080.
– Para participar da seção, mande um pequeno histórico da sua banda, dupla ou do seu trabalho solo, músicas e vídeos e um telefone de contato para jose.barros@diariogaucho.com.br.