Metal sinfônico. Industrial metal. Power metal. Doom metal. Nu metal. O que não vai faltar hoje em Porto Alegre é metal – e do tipo pesado. No Pepsi On Stage, Rob Zombie e Ghost fazem a dobradinha moderna da noite, enquanto no Opinião o Rhapsody mostra o poder do clássico.
O espetáculo proposto pelos italianos do Rhapsody vai além da mera nostalgia. Primeiro, é a presença no palco do vocalista Fabio Lione com o guitarrista Luca Turilli, line-up dos mais queridos pelos fãs e que há muitos anos não se reunia. Segundo, é que o repertório vai ser dedicado a Symphony of Enchanted Lands, disco conceitual de 1998 que colocou o grupo na rota do sucesso mundial.
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E tem mais um motivo: a 20th Anniversary Farewell Tour está sendo anunciada como a derradeira turnê do Rhapsody. O que significa que além de tocarem Symphony of Enchanted Lands na íntegra, a banda irá pinçar clássicos da sua discografia, como Dawn of Victory, Holy Thunderforce e The March of Swordmaster.
Do outro lado da cidade, o Ghost abre os trabalhos no Pepsi On Stage. A banda sueca estreia na Capital trazendo seu misto de doom metal com hard rock em performances inspiradas no shock rock inventando por Alice Cooper, na medida para causar polêmica. Acompanhado pelos Nameless Ghouls, como são chamados os músicos anônimos da banda, o vocalista Papa Emeritus III (alter ego do músico Tobias Forge, mentor e dono do grupo) deve entoar canções do disco mais recente, Meliora (2016), como os singles Square Hammer, He is e Cirice – esta última, vencedora do Grammy 2016 por melhor performance de metal.
Fecha a noite no Pepsi o músico, diretor e roteirista de cinema Robert Bartleh Cummings, o Rob Zombie. Outro discípulo de Cooper, o norte-americano ajudou a modernizar e reintroduzir o horror no rock no anos 1980 com a banda White Zombie e seguiu na pegada em carreira solo, cruzando subgêneros do metal e do rock – resultando em seu trabalho mais célebre, o debut Hellbilly Deluxe (1998), do qual segue tocando ainda hoje faixas como Dragula, Living Dead Girl e Meet the Creeper.
A despeito de suas incursões pelo cinema (ele estreou com o original House of 1000 Corpses e dirigiu, produziu e escreveu os remakes de Halloween 1 e 2), Zombie continuou a fazer música. Seu trabalho mais recente e base da atual turnê mostra que ele mantém suas influências intactas: The Electric Warlock Acid Witch Satanic Orgy Celebration Dispenser seguem misturando rock pesado com temas de horror, dentro e fora dos palcos.