No já distante 1993, os irmãos Edu e Elias, de Gravataí, assistiam, como boa parte dos jovens, performances que se tornaram inesquecíveis na história de um dos grandes festivais de rock já realizados no Brasil, o Hollywood Rock. No sofá de casa, viram, impressionados, os shows do Nirvana, do Alice In Chains e do Red Hot Chili Peppers, apresentações que acabaram por selar o destino dos manos, que sonhavam entrar no universo da música.
– Cara, ali, a gente já tocava alguma coisa em casa, incomodava todo mundo (risos). Mas, ao ver aqueles shows, aquela coisa absurda que foram os caras aqui, a gente começou a sonhar com algo mais – relembra Edu "Navio", seu nome artístico, hoje com 38 anos, guitarra e voz.
Como ainda eram adolescentes, demorou alguns anos para que o sonho de formar uma banda realmente ganhasse musculatura. Em 2001, um pouco mais maduros, Edu e Elias, ao lado de um amigo, fundaram a banda Marittimus, investindo em um rock idealista - hoje, a banda ainda tem o baixista Natan, 30 anos, formando o clássico power-trio do rock.
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Todas as fases
Como a banda tem 16 anos, os irmãos lembram que passaram por fases bem diferentes no tecnológico mundo musical. No começo, por exemplo, tinham suas canções postadas no MySpace. Depois, divulgavam o grupo no Orkut e foram seguindo os avanços das tecnologias, até chegar aos clipes no YouTube. Mesmo assim, os roqueiros não abrem mão de uma ferramenta antiga de divulgação: os cartazes de rua e folhetos.
– O cara tem que ter algo que ele possa pegar, tocar – comenta Elias Marittimus, 33, bateria, no estúdio que os próprios músicos construíram, na casa da mãe de Edu e Elias, no Bairro Morada do Vale I, em Gravataí - não à toa, aliás, que o cenário é decorado com cartazes de divulgação de shows de bandas.
Além de manter um tributo ao Nirvana como trabalho paralelo, a Marittimus prepara o lançamento do segundo disco autoral. O primeiro, lançado em 2006, Uma Boa Impressão, é definido pelos integrantes como mais político, tanto que tem faixas como Velho Sistema, A Saga dos Corruptos e Filhos Dessa Nação. O segundo, que deve sair ainda este ano, Vivendo na Corda Bamba, trata mais de relações humanas.
– Cada canção tem sua personalidade. Traz muito de influências de Nirvana, por exemplo – explica Natan.
Além de participações em eventos comunitários, a banda espera que lançamento do novo álbum impulsione shows em outros locais.
– Estamos trabalhando com capricho nele – avisa Edu.
Pitaco de quem entende
O produtor artístico Adriano Brasil fala sobre o som da Marritimus:
– Interessante a postura da banda, de investir em dois CDs totalmente autorais, com propostas diferentes entre um e outro. As músicas são boas, letras fortes, que se ajustam em vários momentos do país. Em alguns momentos, acho que podem incluir uma pegada pop, mais comercial. Mas muito bom o som da banda!
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