Em seus 16 anos de duração, a franquia Velozes e Furiosos rendeu US$ 3,89 bilhões (cerca de R$ 12,2 bilhões). Só o filme anterior, que precisou ser completado com imagens de arquivo e digitalizadas de Paul Walker, morto durante as filmagens num acidente de carro, faturou US$ 1,5 bilhão, o dobro do anterior. Com bilheteria grande e crescente, não é surpresa nenhuma que haja um Velozes e Furiosos 8, estreia desta quinta-feira no Brasil.
F. Gary Gray, que assume a direção depois do sucesso Straight Outta Compton: A História do N.W.A., confessa, em entrevista em Madri, um certo nervoso:
– Sabia que precisava elevar as interpretações, a história, a ação.
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Uma das estratégias foi colocar os conhecidos personagens – Dom (Vin Diesel), Letty (Michelle Rodriguez), Roman (Tyrese Gibson), Tej (Ludacris) – em paisagens pouco conhecidas, como Cuba e Islândia. Rodar na ilha foi um desafio e um prazer, explica o diretor.
– Precisamos negociar muito, o governo tinha de estar envolvido – disse. – Foi a primeira vez que tudo aquilo pôde acontecer, por exemplo, filmar Havana do alto, com um avião americano sobrevoando a cidade. Foi incrível e complicado. Mas era o jeito certo de abrir nosso filme: colorido, festivo, sensual, sexy.
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A trupe está na cidade para a lua de mel de Dom e Letty, que finalmente se juntam depois de tantos percalços. Claro que os dois não vão ser felizes para sempre. Logo, Dom é abordado por Cipher (Charlize Theron), que o recruta para uma missão secreta – ele vai usar seus parceiros num crime sem que saibam. É assim que Hobbs (Dwayne Johnson) vai parar na cadeia, de onde acaba escapando, com ajuda, ao lado de seu arquirrival Deckard (Jason Statham).
É isso mesmo: Charlize Theron, ganhadora do Oscar, é a vilã de Velozes e Furiosos 8.
– Sou atriz há mais de 20 anos. Tenho um ótimo relacionamento com a Universal (produtora da série). Estava trabalhando num filme do estúdio quando bem informalmente me perguntaram se estaria interessada se criassem uma personagem bem durona – contou Theron à reportagem. – Mulheres não costumam brincar nessa caixinha de areia. Os grandes atores do sexo masculino podem interpretar todos os personagens divertidos e psicóticos. Então tinha algo interessante aí para uma atriz, do sexo feminino, explorar.
Para ela, as coisas estão mudando – e ter uma mulher como chefe do estúdio que produz a franquia faz diferença.
– Donna Langley realmente quer que o cinema reflita o mundo, com grandes atrizes e histórias. Ela não está tentando fazer necessariamente filmes feministas, está ousando e tentando dar às mulheres as mesmas liberdades que os homens têm no cinema.
Ainda assim, Theron se preocupa com a manutenção.
– Sempre me senti inspirada por Sigourney Weaver em Alien, e Linda Hamilton em O Exterminador do Futuro. Essas mulheres abriram o caminho, mas essa tendência deveria ter continuado e crescido – afirmou. – Olhando para a temporada de verão, tem Scarlett Johansson em A Vigilante do Futuro - Ghost in the Shell e Sofia Boutella em A Múmia. Que ótimo. Mas precisamos de mais. Precisamos manter e crescer. E que o espectador vá ver esses filmes. Que sejam bons negócios. É um problema porque se um deles fracassa, todo mundo acha que eles não dão certo – acrescentou a atriz.
No caso de Velozes e Furiosos 8, porém, a possibilidade é mínima.
Cinema
Máquina de arrecadar, "Velozes e Furiosos" chega a 8ª edição
Filme estreia esta semana com Charlize Theron como vilã
Estadão Conteúdo
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