A inquietação de querer abraçar todas as oportunidades, somada à leveza dos 21 anos, tem colocado João Côrtes na cara do gol no que quer que faça.
Mal saiu do ar como o Peppino de Sol Nascente, ele toma fôlego para encarar a maratona de projetos que traçou para 2017. O ator ganhou a simpatia do Brasil como o ruivo da Vivo ao lado de Rubinho Barrichello, Grazi Massafera, Thaila Ayala e Sheron Menezzes, entre tantas personalidades com quem divertiu o público.
Basta assistir no YouTube a alguns dos 40 comerciais que o alçaram à fama para logo entender por que João tem estrela.
Aqui Entre Nós – Como está a vida depois de Sol Nascente?
João Côrtes – Tô terminando de gravar a quarta temporada de O Negócio, série da HBO. Fiz a terceira também. E tô com dois filmes: Ninguém Entra, Ninguém Sai, com a Danielle Winits, que deve estrear no dia 4 de maio, e Amor.Com, com Isis Valverde (1º de junho nos cinemas). Ambos têm uma pegada cômica. E ainda tem as peças Vincent River, mais pro segundo semestre, e Querida Quitinete, com a qual vamos viajar pelo país.
Aqui – Pro Rio Grande do Sul também?
João – Com certeza! Quero muito ir. Só fui a Florianópolis e Chapecó, em Santa Catarina. Acredita que ainda não fui pra aí? Tô doido pra conhecer o Rio Grande do Sul, adoro esse friozinho, o clima vinho e lareira.
Aqui – E que tal foi fazer a tua primeira novela?
João – Muito legal, recebi vários elogios, fiquei feliz. O elenco foi generoso. É um universo no qual eu nunca tinha entrado: tem a correria, é um ano em que você se dedica praticamente só a isto, mas acaba sendo muito gostoso.
Aqui – Não ficas receoso de atuar só no humor?
João – O Peppino tinha uma história leve. Agora, vou buscar personagens que me desafiem, mas não necessariamente fora do humor. A comédia é muito difícil. É sempre mais difícil fazer rir do que fazer chorar, porque o engraçado acaba sendo subjetivo. O que me faz rir pode não ser o mesmo que faz você dar risada.
Aqui – A experiência como o ruivo da Vivo não foi a tua estreia nos comerciais?João – Não. Eu já tinha feito alguns e montagens de teatro. Mas o da Vivo me deu esta projeção. Era um projeto despretensioso, de um filme só. Mas a galera foi dando crédito pro ruivo (risos), e foram três anos de campanha até 2015.
Aqui – É muito tempo fazendo uma série de comerciais.
João – Sim, foram 40 versões diferentes com a Marina Ruy Barbosa, Felipão, Grazi Massafera, Sabrina Sato, o Fábio Jr., que eu sacaneei...
Aqui – As pessoas ainda te reconhecem como o ruivo da propaganda?
João – Percebo uma transição sutil, faz um ano já que se encerrou o ciclo, mas ainda tá meio fresco na cabeça das pessoas. Nas ruas, é bem dividido: alguns me chamam de Peppino, outros lembram do comercial.
Aqui – Melhor fazer propaganda ou novela?
João – O comercial é bem rentável e bacana porque tem essa repercussão, mas sempre prefiro a dramaturgia. Por isso, escolhi sair da campanha.
Aqui – Tu quem decidiu sair?
João – Foi uma decisão mútua, mas partiu de mim. Quero ser desafiado.
Aqui – E ainda achas tempo para cantar?
João –(risos) A família do meu pai (Ed Côrtes) é de músico. Meu avô é compositor, minha avó, cantora lírica. Eu cresci com essas referências. Em 2015, eu entrei como cantor da banda de jazz do meu pai, a Oito do Bem. Agora, trabalho no meu CD solo de jazz com o meu pai, que está fazendo arranjos diferentes e vai orquestrar as músicas. O nome provisório do disco, que deve sair no segundo semestre, é Elevador Gourmet.