Escrevo de um quarto de hotel em São Paulo, apenas horas depois de saber do falecimento de João Gilberto Noll. Não tenho à mão seus livros, o que me impede de citar algumas de suas frases tensas e poéticas, que me fazem pensar agora em panos torcidos com firmeza, úmidos de beleza e angústia. Mas posso evocar com nitidez os sentimentos que sua literatura me causou: assombro diante da condição humana, ternura, solidariedade entre solidões, as delícias e os horrores de possuir um corpo, os encantos renovados da linguagem trabalhada com dedicação.
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