Resistir foi a palavra de ordem em 2016 na área cultural. Resistir à crise econômica, ao desânimo, às perdas – de David Bowie no início do ano, de Leonard Cohen no final, além de Prince, Ettore Scola, Abbas Kiarostami e o trágico acidente com Domingos Montagner. Mas este foi também o ano em que as pedras do destino rolaram, trazendo os Rolling Stones a Porto Alegre. Aerosmith e Guns N' Roses arrastaram multidões, Céu e Liniker brilharam em apresentações para plateias menores. Não faltaram shows em feiras que tomaram praças, ruas e bairros inteiros da Capital – no 4º Distrito, por exemplo.
Game of thrones foi novamente campeã de audiência, e Stranger things tornou-se fenômeno entre adultos e adolescentes. Na TV aberta, Justiça fez história. No ano de Aquarius no cinema, abundaram, mais uma vez, os filmes de super-heróis – embora os melhores da temporada, repetindo os anos anteriores, não tenham sido os blockbusters. No ano da "pós-verdade", Spotlight, sobre uma investigação jornalística, foi o inesperado vencedor de um Oscar que será lembrado pela polêmica ausência de negros entre os concorrentes. American crime story: People vs. O.J. Simpson foi o campeão dos prêmios da televisão.
E Bob Dylan foi o surpreendente vencedor do Nobel de Literatura, enquanto, no âmbito local, houve festa pelos 80 anos de Luis Fernando Verissimo. O Açorianos consagrou Gisele De Santi na música e A modernidade impressa, de Paula Ramos, como o Livro do Ano. Nota triste: a Fundação Iberê Camargo encolheu as atividades. A Bienal do Mercosul, por sua vez, anunciou o adiamento da próxima edição, que ficou para 2018.
A partir de desta terça-feira, o Segundo Caderno relembra esses e outros fatos na tradicional retrospectiva do ano. Em sete capítulos, apresentaremos os melhores discos, shows, filmes, livros, exposições, séries, programas de TV e peças de teatro e dança. E projetaremos o que pode se destacar em 2017. Acompanhe aqui.