Sandy, em papo exclusivo, revela seus hábitos gaúchos: "Agora, quem faz o chimarrão sou eu"
Cantora, que faz show neste sábado, em Porto Alegre, fala sobre carreira solo, o marido gaúcho Lucas Lima, que está sob os holofotes, lembra do sucesso da dupla com o irmão e ainda revela que, em casa, quem faz o chimarrão é ela.
Aos 33 anos e 26 anos de carreira, Sandy tem uma das mais belas vozes da música nacional. Ao conversar com a cantora, seu posicionamento firme e suas respostas consistentes mostram por que ela conseguiu alcançar o sucesso ainda tão pequena, com a dupla que manteve com o irmão, Junior, entre 1990 e 2007, e como consegue manter sua carreira solo em alto nível em um mercado tão competitivo. E mostram, ainda, que ela é muito mais que uma bela voz.
Neste sábado, no Araújo Viana, em Porto Alegre, a cantora com rosto de boneca apresenta seu novo show, baseado no CD e DVD Meu Canto - Ao Vivo. Nesta entrevista exclusiva, Sandy se mostra bem-humorada e educada, esticando o bate-papo por quase uma hora, direto da casa onde mora com o marido, o gaúcho Lucas Lima, 34 anos, e o filho, Theo, dois anos e três meses, em Campinas, interior de São Paulo.
Ela fala sobre a transição da música sertaneja para o pop, elogia o amado, relembra a dupla com o irmão e ainda revela que, em casa, quem faz o chimarrão é ela!
Um passeio pela sua carreira
No show deste sábado, no Auditório Araújo Viana, às 22h (para informações de ingressos, clique aqui) Sandy mostra o repertório do seu mais recente álbum, o CD e DVD Meu Canto - Ao Vivo (R$ 19,90, o CD e R$ 29,90, o DVD). O espetáculo, que tem direção geral de Raoni Carneiro e direção musical de Lucas Lima, traz seu mais novo hit, Me Espera, parceria com Tiago Iorc, cujo clipe tem mais de 13 milhões de visualizações no YouTube, canções do disco Manuscrito, como Pés Cansados e, claro, hits inesquecíveis da época que fez dupla com o irmão, como Desperdiçou e Nada é Por Acaso.
– É o show do DVD, completinho. Menos os convidados, claro, infelizmente (risos). É um repertório bem variado e intimista. Nunca toquei no Araújo Vianna, mas me falaram muito bem do local, que é ideal para um show intimista – comenta Sandy.Sobre ser dirigida pelo marido, ela se desdobra em elogios.
– Ele tem feito todas as minhas produções musicais. Ele consegue traduzir o que penso, como artista. É maravilhoso trabalhar com ele, já sabe quem eu sou como artista, me conhece por dentro e por fora – elogia.
Emoção em família
No dia nove de outubro, Lucas Lima emocionou o Brasil ao apresentar pela primeira vez ao público, no Tamanho Família, na RBS TV, Meu Guri, que compôs para Sandy, e o filho, Theo. Para completar a homenagem, o artista cantou com o sogro, Xororó, e a sogra, Noely, que não costuma aparecer nos palcos.
– Quando o programa foi ao ar, eu chorei de novo. Mas no dia da gravação, não conseguia parar de chorar. Era algo totalmente da família, o Lucas fez a canção para mim quando eu estava grávida.
Sandy comentou, ainda, sua surpresa ao ver a mãe no palco:
– Fiquei muito surpresa quando vi minha mãe cantando, superando a timidez. Ela sempre pede para não aparecer em nenhuma foto, nenhuma filmagem. Ver as imagens do Theo foi muito emocionante. Eles deram um jeito de esconder e gravar sem que eu soubesse. Quando vi o Lucas entrando no palco, desidratei em lágrimas (risos).
A canção deve ser incluída no próximo lançamento da Família Lima, que deve ser lançado em novembro.
Mesmo sendo discreta, Sandy revela mágoa com algumas situações que a envolveram na imprensa:
– Alguns tipos de fofocas esdrúxulas, sobre estar namorando esse ou aquele, não prejudicam tanto. Mas duas me chatearam bastante: Uma vez, disseram que eu estava com câncer. Na outra. uma matéria, dizia que eu não falava com o elenco de Estrela Guia (2001), que eu só chegava de jatinho, não almoçava com os colegas de novela. Eu tinha só 18 anos, queria me defender, mas parece que só piorava. Fizeram uma matéria inteira inventada, de propósito pra criar polêmica. Aprendi que meditar e relaxar é a melhor tática. Mas é duro não poder se defender. Nunca uma resposta minha terá o mesmo peso de uma manchete como essa, né?.
"Eu que faço o chimarrão em casa"
Em quase uma hora de papo, Sandy relembrou o sucesso da dupla sertaneja com o irmão, que gerou uma série na TV Globo, revelou sua paixão pelo chimarrão e se declarou apaixonada e fã pelo marido.
Diário Gaúcho – Conseguirá encontrar a família do Lucas por conta do show aqui? Ele virá junto? Sandy – Infelizmente, não. Quase que deu certo, minha sogra (Lorena, que mora com Zeca, pai de Lucas, em Vinhedo, interior de São Paulo) estava super animada, disse que ia levar várias amigas para o show. E o Lucas também não conseguirá ir, por questão de agenda. Uma pena, vou estar na terra dele.
Retratos – E vai dar tempo de comer um churrasco por aqui? Sandy – Pois é, acho que não, vou no dia do show, mesmo. Mas sabe que sou louca pelo café colonial que vocês têm aí? E vou trazer umas ervinhas de chimarrão, carrego minha térmica para tudo que é lado.
Retratos – Sério que tu toma chimarrão? Sandy – Sim! E eu sei fazer muito bem, o Lucas sempre elogia. É um gosto bem peculiar dos gaúchos, comecei a tomar quando eu ainda namorava o Lucas, de vez em quando tomava um chima. Depois que a gente casou, quem faz sou eu, não é mais ele.
Diário – Tu sempre foi a estrela do casal, uma das divas da música pop do país. Agora, o Lucas ganha um super destaque nacional, participando do Tamanho Família. Como é pra ti assistir ele tendo essa exposição na mídia? Sandy – Eu sempre soube que ele seria uma estrela, casei por interesse com ele (risos). Eu sempre achei ele o máximo, sempre achei toda a família muito talentosa. Eu conheci o Lucas em 1998, quando meu tio (Chitãozinho) foi assistir a um show deles, indicou para o meu pai. Meu pai levou eu e meu irmão para assistir, ele se apavorou com o talento inegável dele. Eu estou aplaudindo o Lucas, tenho muito orgulho.
Orgulho do maridão
Foto: Pedro Curi / TV Globo/Divulgação
Retratos – Tua família vem de uma origem musical (sertanejo) completamente diferente da do Lucas (música clássica). Deve ter uma troca muito rica de experiências, não?
Sandy – Sem dúvida, é uma soma de coisas muito boas. Cada um traz um pouco, e a gente aprende um com o outro. O gosto do Lucas é muito ecletico, ele ouve mais rock, um som mais indie, alternativo. E ele fez faculdade de Música, estuda música desde sempre. Qualquer coisa que eu tenho dúvida, eu pergunto para ele, é muito bom ter isso em casa. E Lucas me faz crescer, muito.
Sandy, com o tio, Chitãozinho, o pai, Xororó e o irmão, Junior
Foto: Reprodução / Facebook
Lucas (quarto, da esquerda para a direita): em família no palco
Foto: Artur Meninea / TV Globo/Divulgação
Diário – Tu é o Junior nasceram como uma dupla com influências sertanejas, mas foram mudando os estilos ao longo do tempo. Hoje, definitivamente, tu é uma cantora pop. Como se deu essa mudança, tendo uma raiz sertaneja tão forte? Sandy – Sempre de uma maneira muito natural, conforme foi dando vontade. Depois de um tempo, colocamos balé no show da dupla. Depois, conforme a gente foi crescendo, o repertório foi mudando e passamos por algumas transições, até chegar na carreira solo. mas nada foi pensado para agradar A ou B. Sempre foi natural, senão, não tem graça. Sandy e Junior falam sobre boato de que poderiam voltar com a dupla
No começo da dupla
Foto: Divulgação / Ver Descrição
Na época do seriado, na TV Globo: febre juvenil aos domingos
Foto: Ver Descrição / Ver Descrição
Retratos – Atualmente, o seriado Sandy & Júnior (exibido originalmente entre 1999 e 2002, na TV Globo), está em reprise, no Viva. Dá saudade daquela época? Sandy – Ah, dá saudade de vez em quando, foram quatro anos de gravações muito intensos. Até hoje, tenho amizades daquela época. Foi uma época mágica da nossa vida, quando o seriado começou, eu tinha 16 anos, foram quatro anos muito importantes para nós.
Retratos – Dá vontade de fazer algo parecido novamente? Sandy – De vez em quando, acontece de ter alguma sondagem. Sabe que já tive um convite para fazer uma série em um canal fechado? Mas acabou não indo para frente, era uma série que parecia ser muito legal. E nunca tinha falado isso para ninguém. E já fui convidada para fazer alguns musicais, mas é um tipo de espetáculo que precisa ensaiar muito. Quando os ensaios acabam, a peça entra em cartaz, tem 3 a 4 apresentações por fim de semana. E meu trabalho principal é fazer shows. E ainda sou casada e tenho filho, tenho que me virar em 1000 (risos). Se aceitar um convite desses, não consigo cuidar da minha carreira. Mas é uma vontade que tenho.
Retratos – Em casa, tu tens um cara que é uma referência da música sertaneja no país. Como foi nascer nesse berço e que importância o Xororó tem na condução da tua carreira? Sandy – Ele sempre participou ativamente de tudo. Quando eu cantava com meu irmão, ele compunha, palpitava no repertório. No início, quando éramos crianças, ele tinha uma influência maior, claro, por sermos muito novos. Até por isso começamos num estilo mais puxado pro sertanejo. Depois, começamos a formar nossos estilos na música. Mas ele segue sendo um conselheiro muito presente, ele faz isso "só" há 46 anos. Então, ele tem um pouco de experiência, né? (risos). Eles foram os precursores de um novo movimento da música sertaneja no país. Você sabia que eu nasci bem no ano do estouro (1983) do Fio de Cabelo (um dos principais hits de Chitãozinho & Xororó)? Meu pai já me contou que minha mãe ouviu essa canção antes de eu nascer, no hospital.
Retratos – E teu dia com o Lucas, como é? Acabam falando muito de música?Sandy – A gente tenta colocar um limite para não ficar falando de trabalho nos momentos de folga. Mas, às vezes, caímos em tentação, a gente se acostumou a trabalhar em família, né? Tanto eu quanto ele.
Diário – E nos momentos de folga, como conciliar tantas agendas diferentes dentro de casa? O que vocês fazem nas reuniões em família? Sandy – Pois é, não é muito fácil. Na casa do pai, é aquele churrasco de paulista, sabe? Filé, coisa e tal. Já na dos meus sogros, é churrasco de gaúcho. Demora horas, carne um pouco mal passada, até reclamam que eu gosto de carne bem passada (risos). E o mais engraçado é que desde que a mulher do Junior (a gaúcha Monica Benini) entrou na família, tivemos um elemento a mais, pois ela é vegetariana. E o Junior também virou. Daí, o pessoal se vira em mil, para fazer abobrinha na churrasqueira, berinjela...
Diário – Conversando contigo, parece que nada te tira do sério, teu tom de voz é sempre igual. O que te tira do sério? Sandy – Eu sou uma pessoa estável emocionalmente, não vou do oito ao 80. Mas claro, preciso falar, reclamar, em alguns momentos. O Lucas sabe: quando eu chego em casa assim, preciso desabafar, falar, falar, e aí passa, eu sigo adiante (risos).